Mãe suspeita de matar bebé recém-nascida
Alegado infanticídio ocorreu em Corroios, no concelho do Seixal.
Uma mãe de 25 anos residente em Santa Marta do Pinhal, próximo de Corroios, no concelho do Seixal, é suspeita de ter matado em casa a sua bebé recém-nascida, depois de uma gravidez que escondeu de toda a gente.
A investigação do caso foi entregue à Polícia Judiciária, podendo estar em causa o crime de infanticídio ou então o de homicídio. Quando praticado logo a seguir ao parto, o infanticídio tem uma moldura penal mais leve, por a mulher poder encontrar-se num estado de imputabilidade diminuída.
Tudo se passou num prédio da Avenida Vieira da Silva, tendo a bebé sido esfaqueada pouco depois do parto ocorrido em casa. O cadáver vai agora ser submetido a autópsia, para determinar em que circunstâncias tudo sucedeu. A mulher tem ainda dois filhos gémeos.
Quando se deu o parto apenas estavam no apartamento a mãe, uma irmã desta e as duas crianças. A irmã é também considerada suspeita pelas autoridades, pelo menos até ser apurado que papel desempenhou no sucedido.
Só mais tarde, com o acto já consumado, chegou o companheiro da parturiente. Foi ele quem, juntamente com a irmã da mulher, ligou para o Instituto Nacional de Emergência Médica. Devido aos problemas provocados pelo parto caseiro a companheira precisava de cuidados médicos urgentes. Foi transportada para os serviços de obstetrícia do Hospital Garcia de Orta, local onde ainda se encontrava ontem, sob vigilância médica e policial.
O caso foi conhecido publicamente esta terça-feira, mas o parto e a morte da bebé recém-nascida ocorreu na madrugada de segunda para terça-feira.
Segundo o Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Setúbal, o alerta foi dado pouco depois da meia-noite e quando os Bombeiros Voluntários da Amora chegaram ao apartamento, a criança já não apresentava sinais de vida. O óbito foi declarado no local pela equipa do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM).
Até à chegada dos meios de socorro e das autoridades, os vizinhos não se terão apercebido de nada.
Várias pessoas ouvidas pelo PÚBLICO no local afirmaram que a gravidez da mulher não era conhecida entre os vizinhos. Um amigo que a viu poucos dias antes do parto diz que não parecia estar grávida. “A gravidez foi muito bem escondida”, disse.
O prédio onde a mulher residia com a irmã gémea e dois filhos, também gémeos - dois meninos de 20 meses - é um edifício de 11 andares exclusivamente de habitação numa rua onde há pouco comércio. Alguns vizinhos dizem que só raramente viam os gémeos com a mãe. Mas trata-se de uma zona-dormitório em que as relações de vizinhança são quase inexistentes.