BE e prisão de Lula: “golpe da direita reaccionária, racista, fascista”
Bloco de Esquerda comemorou 19º aniversário.
A coordenadora do BE, Catarina Martins, afirmou neste domingo que a prisão do ex-Presidente do Brasil Lula da Silva "não é sobre corrupção", considerando que está a acontecer "um golpe da direita reaccionária, racista, fascista".
"A prisão de Lula não tem nada a ver com luta contra a corrupção. Estaremos sempre na primeira linha na luta contra a corrupção, aqui e em qualquer outro lugar, mas a prisão de Lula não é sobre corrupção, porque sabemos que Temer é Presidente e, se quisermos lutar contra a corrupção, primeiramente fora Temer", afirmou Catarina Martins, no Porto, num almoço comemorativo do 19.º aniversário do partido.
Segundo a bloquista, "a prisão de Lula não é também o julgamento da política do PT (Partidos dos Trabalhadores) e onde o PT falhou".
"Estivemos e estamos com aqueles que condenaram o agronegócio que destrói a Amazónia e persegue os sem terra, estamos e estaremos contra os que lutaram contra o poder da banca ou das grandes construtoras, que são aqueles que estiveram na rua por transportes, por educação, contra a Copa", sublinhou.
Para Catarina Martins, "não foi seguramente [o juiz federal] Sérgio Moro, não será Sérgio Moro a fazer a luta que o Brasil precisa".
"Sabemos, por isso, que o que se está a passar no PT é um golpe contra a democracia, sabemos que é um golpe da direita reaccionária, racista, fascista, a mesma que destituiu Dilma, que matou [a vereadora do Rio de Janeiro] Marielle e prende Lula. E aqui sabemos de que lado estamos, com todos aqueles que não desistem da democracia, a solidariedade à esquerda tem de ser sempre solidária", concluiu.
Luiz Inácio Lula da Silva foi condenado a 12 anos e um mês de prisão por corrupção e branqueamento de capitais e entregou-se, no sábado, às autoridades, depois de ter resistido dois dias na sede do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo antes de se entregar, cumprindo hoje o seu primeiro dia na prisão.
O juiz federal Sérgio Moro decretou na quinta-feira a prisão do antigo chefe de Estado brasileiro (2003-2011) depois de o Supremo Tribunal Federal e o Supremo Tribunal de Justiça terem rejeitado os pedidos de 'habeas corpus' apresentados pela sua defesa.