Moscovo expulsa 59 diplomatas de 23 países
Representantes diplomáticos 23 países ocidentais foram nesta sexta-feira chamados ao Ministério dos Negócios Estrangeiros russo. Rússia dá um mês ao Reino Unido para reduzir número de funcionários diplomáticos.
O Governo da Rússia anunciou nesta sexta-feira que expulsou 59 diplomatas de 23 países que anunciaram retaliações semelhantes esta semana, no seguimento do caso Skripal. Estes juntam-se assim aos 60 diplomatas norte-americanos expulsos na quinta-feira.
Moscovo deu ainda ao Reino Unido um mês para reduzir os funcionários para um número igual ao de representantes russos na embaixada em Londres, no seguimento do caso Skripal. Londres tinha anunciado já a expulsão de 23 diplomatas russos no seu território.
"O lado britânico deve, dentro de um mês, através de uma redução apropriada do seu pessoal, baixar o número total dos seus empregados na embaixada britânica em Moscovo e dos consulados britânicos na Rússia para o mesmo número de diplomatas, pessoal técnico e administrativos russos que fiquem no Reino Unido", lê-se num comunicado divulgado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros russo.
Os representantes diplomáticos de 23 países ocidentais foram nesta sexta-feira chamados ao Ministério dos Negócios Estrangeiros em Moscovo. Segundo a Reuters, foram vistos a entrar no ministério diplomatas de França, Alemanha, Itália, Polónia, Holanda, Croácia, Ucrânia, Canadá, Dinamarca, Suécia Irlanda, Espanha, Estónia, Letónia, Lituânia, Macedónia, Moldávia, Roménia, Finlândia, Austrália, Albânia, Noruega e República Checa.
Depois, foram sendo anunciadas expulsões de diplomatas de todos estes países. Com 13 diplomatas expulsos, a Ucrânia foi o país que sofreu a retaliação mais musculada nesta sexta-feira.
Moscovo afirmou ainda que se reserva ao direito de aplicar acções contra outros quatro países que também avançaram para medidas do género contra a Rússia "no último momento". São eles a Bélgica, Hungria, Geórgia e Montenegro.
Na quinta-feira, Moscovo já havia anunciado a expulsão de 60 diplomatas norte-americanos e o encerramento do consulado dos EUA em São Petersburgo.
O comunicado citado pela AFP é o último passo da guerra diplomática entre a Rússia e vários países originada pelo envenenamento do antigo espião russo.
O ex-espião duplo de origem russa Sergei Skripal, de 66 anos, e a sua filha Iulia, de 33 anos, foram encontrados inconscientes a 4 de março em Salisbury, no sul de Inglaterra, após terem sido envenenados com uma arma químico que ataca o sistema nervoso.
O Reino Unido atribuiu o envenenamento à Rússia, que tem desmentido todas as acusações e exigindo provas concretas sobre esta alegação.
Desde então, vários países anunciaram a sua solidariedade com o Reino Unido e expulsaram diplomatas russos dos seus territórios, originando uma acção recíproca por parte de Moscovo.