Trabalhadores dos museus, palácios e monumentos fazem greve esta sexta e sábado

Entre as queixas dos funcionários afectos a estes equipamentos que pertencem ao Ministério da Cultura estão a falta de pessoal, a não integração dos precários nos quadros e o não pagamento de trabalho suplementar.

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Os sindicatos alegam que o aumento de turistas dos últimos anos não tem tido qualquer reflexo positivo na vida dos trabalhadores de museus palácios e outros monumentos miguel madeira

Os trabalhadores dos museus, palácios, monumentos e sítios arqueológicos tutelados pelo Ministério da Cultura estão em greve esta sexta-feira e no sábado. A paralisação foi convocada pelos sindicatos do sector.

Numa conferência de imprensa realizada a 22 de Março, em Lisboa, dirigentes sindicais da Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (FNSTFPS), representantes do sector da Cultura, criticaram a "falta de reflexo das receitas do turismo" na actividade, e a ausência de resposta do Ministério da Cultura às reivindicações.

Artur Sequeira, da FNSTFPS, recordou nesta conferência de imprensa que o Governo "tem vindo a falar numa melhoria da economia do país, em grande parte devido ao aumento do turismo, com um aumento substancial das receitas de bilheteira e das lojas" dos museus, palácios e monumentos, mas sem "qualquer reflexo desta melhoria nas reivindicações dos trabalhadores".

Os motivos da realização da greve nacional nos espaços tutelados pelo Ministério da Cultura prendem-se, segundo os mesmos sindicatos, sobretudo com a "falta crónica de pessoal", o "recurso a precários para satisfazer as necessidades permanentes de trabalhadores, o direito ao gozo do feriado da semana santa" e "a integração dos trabalhadores precários". Também reclamam o pagamento imediato do trabalho suplementar, a reposição do pagamento a cem por cento do trabalho em dias de feriado e fim-de-semana, a contagem de todo o tempo de serviço para a progressão na carreira, independentemente do tipo de contrato de trabalho, a regulamentação dos fardamentos, o fim do processo de municipalização e a reposição de carreiras especiais na área da cultura.

"Se há um aumento dos visitantes e das receitas de bilheteira e das lojas também há condições para melhorar muitos dos aspectos da situação dos trabalhadores", defendeu Artur Sequeira.