Só três das 11 áreas protegidas têm videovigilância contra incêndios a funcionar
A recusa da ANPC em dar informações sobre o sistema Ciclope levou à anulação do concurso na zona de Lisboa; pelo resto do país, outros entraves foram surgindo e só as zonas intermunicipais do Médio Tejo, da Lezíria do Tejo e da Beira Baixa têm sistemas funcionais.
Só três dos 11 sistemas de detecção e apoio ao combate a incêndios estão operacionais, revela o Jornal de Notícias (JN) nesta quarta-feira. Isto significa que os parques naturais da Arrábida e de Sintra, Cascais e Mafra, a região da serra da Estrela e as três serras de Nogueira, de Bornes e de Figueira, em Trás-os-Montes não terão videovigilância contra os incêndios neste Verão.
Ainda que não tenham sido concretizados, estes projectos dispõem de financiamento europeu. O objectivo do Governo – anunciado já em 2016 – era alcançar uma cobertura de 50% do território nacional, com o reforço da rede actual e a instalação de mais dispositivos em dez regiões do país.
A Área Metropolitana de Lisboa trabalhava desde Setembro de 2016 na implementação dos sistemas de vigilância nos parques naturais da Arrábida, Sintra, Cascais e Mafra — mas o concurso público internacional foi anulado em Dezembro de 2017 perante a recusa da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) em dar informação técnica sobre o sistema de vigilância Ciclope, em funcionamento há vários anos, e perante o silêncio da Autoridade de Gestão do POSEUR, diz ainda o JN.
Na serra da Estrela, o concurso público está em fase de adjudicação e o sistema só deverá entrar em funcionamento pleno em 2019. Já em Trás-os-Montes, o concurso foi anulado por causa da mudança da localização da câmara na serra de Nogueira. O JN refere que as propostas estão agora a ser abertas e a validação acontecerá até Maio; já a instalação das câmaras só estará concluída depois do Verão.
Assim, só três comunidades intermunicipais (CIM) têm sistemas operacionais: a do Médio Tejo, a da Lezíria do Tejo, e a da Beira Baixa; mesmo assim, a cobertura do território passou de 14% para 20%, juntando-se aos equipamentos de vigilância em funcionamento dos distritos do Porto, de Leiria, Castelo Branco, Lisboa e Santarém.
O Ministério da Administração Interna ressalva a eficácia da videovigilância “na dissuasão de comportamentos de risco, detecção de ignições e acompanhamento da evolução dos incêndios”, podendo auxiliar também a tomada de decisões operacionais. As imagens captadas pela rede de vigilância são transmitidas para os Comandos Distritais de Operações de Socorro (CDOS) e também estão acessíveis em alguns postos da GNR.