“Tiro no pé” de Costa abriu reunião entre Rio e Albuquerque

Contas do primeiro-ministro sobre o défice madeirense estiveram no primeiro encontro oficial entre os dois dirigentes social-democratas. Rio aceitou o convite para ir ao Chão da Lagoa.

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Este ano, Rui Rio vai à Festa do Chão da Lagoa gc Gregorio Cunha - colaborador

O “tiro no pé” que António Costa deu ao afirmar, há um mês, no Parlamento, que a Madeira tinha contribuído para o agravamento do défice nacional em 2017, abriu na terça-feira a reunião entre Rui Rio e Miguel Albuquerque.

A primeira questão abordada pelos sociais-democratas foi, na verdade, “o chamado ‘tiro no pé’ do senhor primeiro-ministro que foi desmentido relativamente àquilo que era o suposto agravamento do défice nacional devido à Madeira”, resumiu o presidente do PSD-Madeira, à saída do primeiro encontro com o líder nacional do partido.

Aconteceu, segundo Albuquerque, exactamente o contrário do que António Costa disse. “Segundo os dados da execução orçamental, a Madeira apresentou um superavit e não contribuiu para o agravamento do défice, mas sim para a sua diminuição”, vincou o social-democrata madeirense, que não tem dúvidas de que o PS e “a esquerda em geral” estão a usar o Estado para retirar o PSD do poder no arquipélago. “Estão a utilizar as instituições do Estado no sentido de concretizar um objectivo político que é ganhar as eleições regionais.” 

Foi a primeira vez que Rio e Albuquerque se encontraram oficialmente na São Caetano à Lapa. Uma oportunidade para lançar um desafio ao novo líder: ir ao Chão da Lagoa. “Foi convidado, vai e temos muito gosto em recebê-lo”. Uma ocasião ideal também para Albuquerque entregar um dossier com as “justas reivindicações” que o Funchal quer ver atendidas por Lisboa. 

“Existe um conjunto de reivindicações que estão pendentes, que o senhor presidente do partido tem conhecimento, que são justas reivindicações da região e nós aguardamos a solução”, explicou Albuquerque. O dossier, incluiu a taxa de juro que a Madeira paga pelo empréstimo nacional, que é “excessiva e absurda” quando comparada com a que o país paga para se financiar no exterior; as dívidas do Estado ao Serviço Regional de Saúde, relacionadas com os subsistemas; a comparticipação para a construção do novo hospital; e a revisão do subsídio de mobilidade. 

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