Acesso às redes sociais pelos jovens quadruplicou em seis anos

Inquéritos realizados no âmbito do projecto Faqtos conclui que os jovens estão cada vez menos preocupados com os efeitos das radiações.

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Gaelle Marcel/Unsplash

Só 0,8% não tem telemóvel; enviam, em média, 93 SMS e fazem 27 minutos de chamadas por dia. Estes são os números sobre a utilização do telemóvel reportados por jovens entre os 15 e os 22 anos, inquiridos no âmbito do projecto Faqtos. Já o acesso à Internet e às redes sociais no telemóvel quadruplicou em seis anos. Ainda assim, apesar da crescente utilização, há uma menor percentagem de jovens preocupados com os possíveis efeitos das radiações electromagnéticas. 

Quando o estudo começou, em 2010, mais de metade dos jovens inquiridos dizia preocupar-se com o efeito das radiações electromagnéticas. No ano passado, só cerca de um terço era dessa opinião. 

O Faqtos é um projecto de comunicação do risco associado à exposição à radiação electromagnética em comunicações móveis. Desde o ano lectivo 2010/2011 que distribui inquéritos entre os estudantes que visitam o Departamento de Engenharia Electrotécnica do Instituto Superior Técnico, em Lisboa, e em escolas secundárias onde são feitas palestras sobre o tema. No total, já foram recolhidos testemunhos de 9091 estudantes de 138 estabelecimentos de ensino diferentes. No ano lectivo passado foram feitos 496 inquéritos a alunos de oito escolas.

Luís Correia, um dos autores do estudo, diz, em relação à redução da preocupação com os efeitos das radiações, que "não perguntámos porquê". Ainda assim, daquilo que observam através do contacto com os alunos é possível elencar duas razões: por um lado, "o facto de se sentirem mais esclarecidos sobre o assunto" reduz a preocupação; e, por outro, "o uso generalizado e prolongado" desta tecnologia faz desvanecer os receios iniciais. 

Os autores do estudo notam que os valores de utilização do telemóvel reportados pelos estudantes "são bastante elevados". Nomeadamente ao nível do número de SMS e minutos de chamadas diárias. Ainda assim, continuam abaixo dos reportados nos primeiros anos do projecto, devido à crescente utilização de canais de comunicação como o Whatsapp, o Snapchat ou o Viber, dizem os investigadores. 

A maioria dos inquiridos tem telemóvel desde os dez anos. E conclui-se que "as raparigas continuam a fazer uma utilização superior ao nível da duração das chamadas e ao nível do envio dos SMS".

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