Trump anuncia mais uma mudança e nomeia John Bolton conselheiro de segurança nacional
Esta é a terceira nomeação para o mesmo cargo em 14 meses. Novo conselheiro é um estusiasta das forças militares norte-americanas.
O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quinta-feira a substituição do conselheiro de segurança nacional. A mais recente alteração à equipa da Casa Branca afasta o tenente-general Herbert Raymond McMaster e nomeia John Bolton para assumir a pasta. O conservador republicano será o terceiro homem nesse cargo no espaço de 14 meses.
Bolton irá assumir funções a 9 de Abril. O afastamento surge na sequência da polémica criada com o telefonema de felicitações de Donald Trump ao Presidente russo, Vladimir Putin, reeleito no domingo. No entanto, a Casa Branca nega qualquer ligação entre os assuntos e assegura que a saída do conselheiro aconteceu de uma forma amigável e por mútuo acordo. Uma fonte da Casa Branca citada pelo Guardian afirma que a saída de McMaster assenta na necessidade de Trump trabalhar com uma nova equipa, uma nova política externa antes do encontro agendado com o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un.
Em declarações à Fox News, Bolton avançou que o seu papel é garantir que apresenta a Trump "todas as opções possíveis".
O anuncio da substituição foi feito — como já é hábito — no Twitter. Na mesma publicação, o Presidente norte-americano agradeceu "o trabalho impressionante" feito pelo conselheiro agora afastado e afirmou que será seu amigo "para sempre". Herbert Raymond McMaster, de 55 anos, foi nomeado por Trump em Fevereiro de 2017, após o despedimento de Michael Flynn.
Esta não é uma estreia de Bolton na Casa Branca, uma vez que já integrou três administrações: a de Ronald Reagan e as de George H.W. Bush (pai) e George W. Bush (filho).
John Bolton, de 69 anos, é um defensor da entrada dos EUA na guerra do Iraque em 2003, opção criticada pelo actual líder norte-americano no passado. Estudou Direito em Yale, onde foi colega de Bill e Hillary Clinton. Escreve a BBC que Bolton frisa que ele e os Clinton "não frequentavam os mesmos círculos".
Em artigos de opinião, Bolton mantém a postura neoconservadora que marcou a sua anterior passagem pela Casa Branca, defendendo, por exemplo, o uso de força militar contra a Coreia do Norte. Foi nomeado embaixador norte-americano das Nações Unidas por George W. Bush, contra a vontade do Senado. A sua posição crítica contra as organizações internacionais foi uma das razões da oposição à eleição do ex-diplomata. Existiam ainda denúncias contra Bolton de desrespeito de ordens hierárquicas e perseguições e ataques pessoais.
O afastamento de Herbert Raymond McMaster surge horas depois de o principal advogado de Donald Trump para os assuntos relacionados com as suspeitas sobre a Rússia, John Dowd, ter apresentado a sua demissão. Na última semana, Trump despediu Rex Tillerson do cargo de secretário de Estado, substituindo-o pelo director da agência CIA, Mike Pompeo.