Mueller quer ouvir Trump sobre quatro temas, incluindo o comunicado sobre Trump Jr.
Equipa de defesa de Presidente norte-americano já está a preparar Trump para responder às perguntas.
A equipa do procurador especial Robert Mueller já informou os advogados de Donald Trump de quais serão os quatro tópicos principais sobre os quais quer ouvir o Presidente norte-americano, relacionados com a interferência russa nas eleições norte-americanas. Os temas que serão abordados no interrogatório foram avançados pela imprensa norte-americana nesta quarta-feira.
O procurador especial quer, em primeiro lugar, ver esclarecidas as circunstâncias e os conteúdos que foram discutidos no encontro entre russos e responsáveis pela campanha do então candidato presidencial na Torre Trump. A investigação quer ainda compreender o papel de Trump no comunicado enganador em que um dos filhos, Donald Trump Jr., garantiu que o encontro com uma advogada próxima do Kremlin se destinou a discutir um programa de adopção de crianças russas interrompido em 2014. O filho do Presidente acabou por reconhecer que aceitou conversar com a advogada russa com ligações a Vladimir Putin por esta prometer informações sensíveis e prejudiciais sobre a adversária do Partido Democrata Hillary Clinton.
Por fim, Mueller quer olhar para outros dois acontecimentos que têm em comum uma prática recorrente na Administração Trump: o afastamento de funcionários. Em específico, Mueller quer escrutinar as razões que conduziram ao despedimento do então director do FBI, James Comey, e do então conselheiro de segurança nacional, Michael Flynn, que já se prontificou a testemunhar contra Donald Trump.
De acordo com fontes próximas da investigação, não identificadas pela CNN, a equipa liderada por Mueller irá — para já — concentrar-se nestes quatro tópicos principais. No entanto, a audição não estará limitada a esses temas.
Uma terceira fonte citada pela CNN conta que a equipa de defesa de Trump elaborou dezenas de potenciais perguntas que Mueller poderá perguntar ao líder norte-americano, com base nos tópicos entretanto avançados.
Esta quarta-feira, Trump recorreu ao Twitter para citar um professor de Direito da Universidade de Harvard, Alan Dershowitz. Nas publicações — algumas entretanto apagadas — Trump reproduz as declarações de Dershowitz ao The Hill, que acusam o procurador especial de estar à procura de crimes, “quer eles existam ou não”.