Descida de casos de tuberculose é insuficiente para cumprir erradicação até 2030
Em 2016 registaram-se 58.994 casos de tuberculose, em 30 países. É uma média de 11,4 casos por 100 mil habitantes.
Os novos casos de tuberculose diminuíram a uma taxa média de 4,3% ao ano na região europeia da Organização Mundial de Saúde (OMS), uma tendência acelerada, mas insuficiente para acabar a epidemia até 2030. Portugal tem mais casos por 100 mil habitantes do que a média: 18, em 2016.
Segundo o relatório publicado nesta segunda-feira pelo Centro Europeu para a Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC) e a OMS para a Europa, em 2016 registaram-se 58.994 casos de tuberculose em 30 países da região (o Liechtenstein não comunicou os dados). É uma média de 11,4 por 100 mil habitantes.
No mesmo ano, Portugal registou, de acordo com a Direcção-Geral da Saúde (DGS), 18 novos casos de tuberculose por 100 mil habitantes. Cerca de 18% das ocorrências foram em nascidos fora do país, um aumento que levou as autoridades de saúde a desenvolver estratégias com outros organismos.
A tendência de diminuição observada na Europa é insuficiente para acabar com a epidemia da doença até 2030, conforme está previsto na estratégia Stop Tuberculose e nos objectivos de desenvolvimento sustentável, defende o relatório.
O ECDC e a OMS aproveitam o Dia Mundial da Tuberculose, que se assinala sábado, e apelam aos líderes mundiais para que acelerem os esforços a fim de acabar com a tuberculose de uma vez por todas. “Não é suficiente caminhar para o fim da tuberculose, pois, por este andar, vamos chegar tarde para muitas pessoas. Precisamos de avançar e investir nos benefícios individuais e nos retornos sociais. O plano de acção da tuberculose para a região europeia da OMS (2016-2020) mostra que as medidas pouparão mais de três milhões de vidas e 48 mil milhões de dólares [cerca de 39 mil milhões de euros] em cinco anos”, afirmou Zsuzsanna Jakab, directora regional da OMS para a Europa.
“Precisamos de renovar o compromisso político a todos os níveis para alcançar resultados tangíveis e imediatos que mudem e salvem a vida de todas as pessoas que sofrem de tuberculose hoje e garantam um mundo livre de tuberculose para os nossos filhos amanhã”, prosseguiu.