Marcelo recusa comentar polémica de Barreiras Duarte mas avisa que partidos têm de ser "fortes"
O novo secretário-geral do PSD tem protagonizado a polémica por dizer que tinha uma ligação à Universidade de Berkeley, que a instituição de ensino negou existir.
O Presidente da República recusou neste sábado comentar a polémica em torno do currículo do dirigente do PSD Feliciano Barreiras Duarte, mas sublinhou que neste momento, a cerca de um ano das eleições, "é muito importante que haja partidos fortes". Marcelo Rebelo de Sousa falava aos jornalistas durante uma visita do chefe de Estado à Futurália, feira de Educação e Formação, que decorre na FIL, em Lisboa.
Questionado sobre a polémica em torno do secretário-geral do PSD, Feliciano Barreiras Duarte, o Presidente da República começou por dizer que não se iria pronunciar sobre a vida partidária, recusando dizer se a nova direcção do partido presidido por Rui Rio está fragilizada. "Aquilo que eu disse sempre e que volto a dizer é que é muito importante que haja partidos fortes e é muito importante agora que estamos praticamente a um ano e um mês das primeiras eleições que, quer os partidos da área do Governo quer os da oposição estejam fortes", sublinhou Marcelo.
O semanário Sol noticiou no sábado que Feliciano Barreiras Duarte teve de rectificar o seu currículo académico para retirar o item que o indicava como professor convidado ("visiting scholar") na Universidade de Berkeley, na Califórnia, Estados Unidos.
Na terça-feira, a Procuradoria-Geral da República remeteu para inquérito no Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa os elementos que recolheu sobre o caso. "Na sequência de notícias vindas a público, a Procuradoria-Geral da República procedeu à recolha de elementos. Esses elementos foram encaminhados para o DIAP de Lisboa com vista a inquérito", revelou a PGR, em resposta à agência Lusa, sem adiantar mais pormenores.
À noite, em comunicado, o secretário-geral do PSD reiterou que "nada fez de errado" e que irá "esperar serenamente" os resultados do inquérito aberto pela Procuradoria-Geral da República ao caso do seu currículo.
Hoje surgiu uma nova polémica, com o jornal Observador a noticiar que Feliciano Barreiras Duarte, durante os pelo menos nove anos em que esteve na Assembleia da República, a morar em Lisboa, recebeu um subsídio de ajudas de custo e despesas de deslocação, como se vivesse no Bombarral, onde moram os seus pais. Entretanto o secretário-geral do PSD veio dizer que tinha no Bombarral a sua morada fiscal.