Escolas encerradas ou a funcionar parcialmente no Porto

A Escola EB 2,3 e Secundária Clara de Resende encerrou por falta de funcionários. Na Fontes Pereira de Melo há aulas apenas para os alunos em anos com exames. Fenprof fala em adesão média a rondar os 70%.

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A EB 2,3 e Secundária Fontes Pereira de Melo abriu portas apenas para anos com exame paulo pimenta

A Escola EB 2,3 e Secundária Clara de Resende, localizada na zona do Bessa, no Porto, está esta sexta-feira encerrada devido à greve dos professores e à manifestação nacional de trabalhadores da administração Pública, que se realiza em Lisboa.

Em declarações aos jornalistas, Ana Luísa Alves, da direcção deste estabelecimento de ensino, explicou que a escola não abriu "por falta de funcionários", referindo que "dos 14 que deveriam estar a trabalhar, apenas quatro compareceram" ao serviço.

"Temos alguns professores em greve, mas o que impediu a abertura foi a falta de funcionários" que deverão ter-se deslocado a Lisboa para participar esta tarde na manifestação nacional convocada pela Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública, da CGTP, para reivindicar aumentos salariais e horário semanal de 35 horas para todos, entre outras medidas.

À entrada deste estabelecimento de ensino estavam poucos pais e alunos, uma vez que "como é hábito a escola encerrar nestas ocasiões, muitos já nem vêm, limitam-se a telefonar", como explicou um dos poucos encarregados de educação que permanecia junto ao portão da escola.

Mariana Tomé, do sexto ano, estava à espera de ver a escola fechada, porque "já várias pessoas tinham dito que não haveria aulas". A aluna tinha hoje um teste de música, mas "a professora tinha avisado que, no caso de a escola não abrir, o teste passaria para a próxima terça-feira". "Não fico chateada porque hoje vou para Londres. Até correu bem", acrescentou.

O seu pai disse também que já contava com o encerramento da escola, mas "na dúvida, como tinha um teste", decidiu deslocar-se até ao estabelecimento de ensino para confirmar. "A professora tinha avisado que se a escola não encerrasse o teste seria realizado. Assim, vamos embora mais cedo", sublinhou.

Na vizinha Escola EB 2,3 e Secundária Fontes Pereira de Melo a situação era idêntica. Embora a escola não tenha encerrado, há aulas apenas para os anos com exame, segundo contaram à Lusa os alunos do 10.º ano Sérgio Costa e Tiago Cardinal. "Vamos aproveitar para passear e a seguir vamos para casa", acrescentaram.

De acordo com uma funcionária da Fontes Pereira de Melo, a escola estará aberta durante a manhã, estando prevista "uma avaliação ao início da tarde para perceber se será necessário encerrar ou não".

A greve de professores, que sob a forma de paralisações regionais percorreu todo o país, termina esta sexta-feira, afectando neste quarto e último dia as escolas do Norte e da região autónoma dos Açores.

Segundo as previsões do Sindicato dos Professores do Norte, a greve "terá menor impacto no ensino secundário, por se tratar de uma semana de avaliações e no ensino profissional pelo facto de os professores terem de repor as aulas afectadas pela paralisação".

Para a Federação Nacional dos Professores (Fenprof), a greve registou uma adesão média a rondar os 70%, mas o balanço final é feito esta tarde pelo secretário-geral da federação sindical, Mário Nogueira, numa conferência de imprensa no Porto, para a qual promete uma análise aos resultados da greve e das recentes declarações do ministro da Educação sobre a contagem do tempo de serviço congelado aos professores.

A tutela admite descongelar dois anos e dez meses de tempo de serviço aos docentes, mas estes não desistem de ver contabilizados os nove anos e quatro meses, embora admitam um processo faseado.

A greve foi convocada pelas dez estruturas sindicais de professores que assinaram a declaração de compromisso com o Governo, em Novembro, entre as quais as duas federações - Federação Nacional de Educação e Fenprof - e oito organizações mais pequenas.