Cristas quer CDS como “primeiro partido” no centro-direita
Líder centrista assume que quer partido a liderar a alternativa "às esquerdas encostadas"
A líder do CDS-PP assumiu que o partido se está a preparar para uma “alternativa” às “esquerdas encostadas que ora encostam ou ameaçam desencostar”. Na primeira vez que se dirigiu aos congressistas neste sábado, Assunção Cristas fez um balanço do trabalho do CDS e disse acreditar que o trabalho trará sucesso. E assumiu que quer o CDS-PP seja “o primeiro partido no espaço do centro e da direita sem hesitações sem complexos”. Não só será a “alternativa” como a “única alternativa”, rematou, recebendo uma salva de palmas dos delegados.
Com uma visão optimista, Assunção Cristas disse acreditar que o partido será bem-sucedido mostrar que está preparado para ser uma "alternativa às esquerdas unidas". Um Governo que considerou ser “das esquerdas encostadas, que gere o dia-a-dia e não tem uma visão de futuro para o país, um governo imobilista.” Cristas sublinhou as críticas que tem feito ao executivo de António Costa: “Um Governo das esquerdas encostadas que esconde a austeridade na degradação dos serviços públicos essenciais”, que esconde a “austeridade nos impostos indirectos”, e que “continua a aumentar a dívida pública em valores absolutos, e volta aos vícios do passado.
No mesmo registo, a líder do CDS acusou o Governo de desperdiçar a “oportunidade de trabalhar mais em prol do crescimento sustentado e da competitividade de Portugal” e que “falha clamorosamente nas funções mais básicas do Estado de garantir a protecção das pessoas e do território”.
Assumindo que o Governo das "esquerdas encostadas é muito poucochinho” para o país, Assunção Cristas sustentou que “Portugal merece mais”, prometendo que todos ficarão a saber no congresso “de forma arrojada, inequívoca” que o “CDS será a alternativa” e “a única alternativa”, sem nunca se referir ao PSD.
Colocando o partido como “alternativo ao socialismo”, a líder do CDS assumiu que quer que o partido seja “o primeiro partido no espaço do centro e da direita sem hesitações sem complexos”, com os “40 anos de história atrás” como inspiração.
Respondendo de certa forma ao debate instalado sobre ideologia ou pragmatismo, Cristas assumiu que o seu CDS “é o que tem a democracia cristã como eixo da roda – como diz Adriano Moreira – e se assume como a casa do centro e da direita das liberdades, juntando conservadores e liberais”. “Este é o meu CDS”, definiu, tendo recebido palmas nesta altura.
Cristas faz a pergunta a si própria: “Sou pragmática? Sou”. “Quero chegar a todos, quero que me entendam, conheçam as nossas propostas e vençam os preconceitos contra nós”, afirmou, reconhecendo que fala “muito de propostas”, mas que as pessoas começam a concordar com o CDS. E recordou um slogan de campanha do seu antecessor, Paulo Portas: “Há cada vez mais gente a pensar como nós?”, lembram-se deste slogan do Paulo? É disso mesmo que se trata”.
Falando num tom pessoal, Cristas lembrou que “nunca” na sua vida “como mulher, mãe, professora, advogada, deputada, ministra ou presidente do partido” prescindiu de “valores, de ideais, de inspiração”, mas que esses valores não são para estar numa prateleira numa vitrina, ou seja, “têm de ser colocados em prática, têm de ser postos na rua, em acção, têm de chegar a todos”. A líder do CDS assume-se como “uma pessoa de acção e de concretização”.
Nesta primeira intervenção sobre a sua moção de estratégia global – “Um passo em frente” – Assunção Cristas aproveitou para fazer um balanço de dois anos de oposição, do trabalho do gabinete de estudos, do grupo parlamentar e da iniciativa Ouvir Portugal. Uma oposição que considerou ser “firma e acutilante” mas também “construtiva” e em que o CDS liderou a “agenda em muitos domínios”.