Laurent Wauquiez tornou-se um rival de peso de Marine Le Pen. Lidera um partido de centro-direita, Os Republicanos, mas tem uma retórica populista, e até eurocéptica, que o aproxima da extrema-direita, muito mais do que alguma vez o fez Nicolas Sarkozy, de quem foi ministro e vice na direcção do partido.

Diz falar em nome da “França real”, recusa deixar-se encerrar nos limites de uma “linguagem policiada” e lança invectivas contra imigrantes, dependentes de assistência social e todos os alvos habituais da extrema-direita. Num livro publicado em 2014, defendia a saída da França de Schengen, o encerramento das fronteiras, uma União Europeia apenas a seis. Tornou-se amigo de Patrick Buisson, um ideólogo de extrema-direita e especialista em comunicação política, que em tempos trabalhou com o Presidente Sarkozy (antes de uma zanga épica).

Numa aula recente na Escola de Gestão de Lyon, que foi gravada sem o seu conhecimento, Wauquiez distribuiu insultos pela classe política francesa. E acusou Sakozy de gravar as conversas com os seus ministros – teve de se desdizer, em relação ao ex-Presidente, mas manteve orgulhosamente tudo o que disse em relação aos outros.

Le Pen corteja-o, propôs-lhe uma aliança – mas este político ambicioso, de 42 anos, recusa e prefere ser ele o caçador nas terras da extrema-direita. E embora ainda não tenha tido oportunidade de o testar numas eleições, os votantes da FN parecem apreciar o estilo.

Outras figuras destacadas de Os Republicanos é que não apreciam Wauquiez. Vários se têm afastado. Alain Juppé, atacado por ele, anunciou que nem vai pagar a quota de 2018. E o ex-líder do partido, Jean-François Copé, disse: Ele “ridiculariza a nossa família política e dá a imagem que uma direita que mete medo, que ameaça”.