Conselheiro de Trump demite-se por divergências sobre políticas comerciais
Decisão foi confirmada pela Casa Branca nesta terça-feira. Saída de Gary Cohn surge depois Trump anunciar que pretende taxar as importações de aço e alumínio.
O principal conselheiro económico de Donald Trump, Gary Cohn, vai abandonar o cargo, avançaram os media norte-americanos nesta terça-feira citando fontes da Casa Branca. Em causa estarão divergências sobre a política de comércio defendida pelo Presidente norte-americano.
"Foi uma honra servir o meu país e promulgar políticas pró-crescimento económico que beneficiassem o povo norte-americano, em particular a aprovação da histórica reforma fiscal", declarou o líder do Conselho Nacional Económico dos EUA, Gary Cohn, num comunicado partilhado pela Casa Branca. "Estou grato por o Presidente me ter dado esta oportunidade e desejo-lhe a ele e à Administração um enorme sucesso no futuro".
Segundo o New York Times, os representantes da Casa Branca rejeitam que a saída de Gary Cohn esteja relacionado com o anúncio da aplicação de novas taxas alfandegárias sobre o aço e o alumínio. No entanto, o anúncio da mais recente baixa na equipa de Trump surge dias depois de o Presidente norte-americano ter comunicado a intenção de aplicar estas políticas proteccionistas prometidas durante a campanha eleitoral. A decisão não terá o apoio do conselheiro económico, um democrata defensor de políticas de comércio livre, acrescenta o jornal de Nova Iorque.
A aplicação de impostos na importação de produtos metálicos — 25% para o aço e 10% para o alumínio — poderá dar origem a retaliações, avisaram já alguns parceiros económicos dos EUA, alertando para o risco de se iniciar uma guerra comercial à escala global.
A relação entre Cohn e Trump estava fragilizada desde Agosto de 2017, data em que Cohn criticou a resposta do Presidente dos EUA às manifestações de extrema-direita em Charlottesville, na Virgínia, e afirmou que a Administração "deveria ter feito muito mais".
O líder do Conselho Nacional Económico dos EUA deixará a Casa Branca nas próximas semanas. A saída de Cohn acontece uma semana depois de também a directora de comunicação de Donald Trump, Hope Hicks, ter anunciado a sua demissão. Hicks anunciou que iria abandonar o cargo depois de admitir ter recorrido a "mentiras piedosas" na Casa Branca.
No início desta manhã, Trump negou através do Twitter que a Casa Branca esteja "num caos". "As pessoas vão e vêm, e quero uma conversa forte antes de tomar a decisão final. Ainda tenho algumas pessoas que quero mudar (sempre em busca da perfeição). Não há Caos, só uma enorme Energia!"