Sindicato Independente dos Médicos não descarta possibilidade de se juntar à greve
O SIM ainda acredita no processo negocial que mantém com o Governo. Federação Nacional dos Médicos anunciou sábado a realização de uma greve nacional a 10, 11 e 12 de Abril
O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) não descarta a hipótese de se juntar à greve nacional convocada para Abril pela Federação Nacional dos Médicos (FNAM), mas ainda acredita no processo negocial que mantém com o Governo.
"O SIM está em processo negocial, no próximo dia 8 irá ocorrer mais uma reunião com o Governo e nós privilegiamos e acreditamos no processo negocial. Em último caso, se não chegarmos a acordo, iremos, juntamente com a FNAM, marcar um período de greve no mês de Abril com certeza", disse à Lusa Jorge Roque da Cunha, secretário geral do SIM.
A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) anunciou sábado a realização de uma greve nacional a 10, 11 e 12 de Abril, e uma manifestação em frente ao Ministério da Saúde, em Lisboa, a 10.
Segundo Jorge Roque da Cunha, dentro de 15 dias o SIM reúne-se em congresso nacional, no qual a organização irá tomar "uma deliberação definitiva". No sábado, João Proença, o novo presidente da comissão executiva da FNAM, avançou no final de uma reunião do Conselho Nacional, em Coimbra, que a federação ia agora procurar o apoio do Fórum Médico, uma plataforma que reúne todas as associações médicas.
Segundo aquele dirigente, a decisão foi tomada "face à incapacidade do Ministério da Saúde em garantir os diversos compromissos já assumidos", lê-se num comunicado emitido no final do encontro. Entre as reivindicações da FNAM está a revisão da carreira e das grelhas salariais dos médicos, tendo por base o regime das 35 horas semanais.
O descongelamento imediato da carreira médica e a devida progressão salarial, bem como o propósito de dar um médico de família a todos os cidadãos, estão igualmente entre as propostas defendidas pela estrutura representativa dos médicos.
Os médicos pretendem também a abertura de concursos anuais, a criação de um estatuto profissional de desgaste rápido, a separação progressiva dos sectores público e privado, além do limite do trabalho extraordinário anual para 150 horas, "em igualdade com toda a outra função pública".