Descobertas megacolónias com mais de um milhão de pinguins

Cientistas contabilizaram 751.527 pares de pinguins-de-adélia num arquipélago a leste da Península Antárctica e pedem a protecção da área.

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A presença de megacolónias foi sugerida por imagens de satélite e confirmada por drones e Universidade Estadual do Luisiana
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Uma equipa internacional de cientistas anunciou esta sexta-feira a descoberta de várias megacolónias de pinguins, com mais de 1,5 milhões de aves, num arquipélago a leste da Península Antárctica. As conclusões de uma longa investigação são agora publicadas na revista Scientific Reports. Os investigadores afirmam que a descoberta confirma a região como um local de refúgio vital para a vida animal perante as alterações climáticas e a pesca excessiva, e apelam à sua inclusão numa nova reserva marinha que está a ser constituída.

Os pinguins-de-adélia foram localizados nas ilhas Danger, no Mar de Weddell, numa área onde o impacto das alterações climáticas e da actividade humana é ainda muito reduzido. É um lugar de difícil acesso e pouco visitado, mesmo para o padrão antárctico, o que o torna numa área especialmente segura para a espécie, justificando o facto de só agora terem sido descobertas as colónias. As suas águas são ainda refúgio para várias espécies de focas e de cetáceos.  

Os investigadores partiram da análise de décadas de imagens de satélite, desde 1959, e confirmaram no terreno os indícios da presença das colónias, recorrendo ainda a imagens aéreas captadas por drones. Estão contabilizados neste momento 751.527 pares de pinguins, o que constitui a maior concentração de espécimes de toda a Península Antárctica. As imagens de satélite antigas confirmam que o tamanho das colónias manteve-se estável ao longo das últimas décadas, o que contrasta com a acentuada diminuição da população na costa ocidental da península.

Tom Hart, cientista da Universidade de Oxford que integra a equipa de investigação, disse ao jornal britânico Guardian que “o tamanho dessas colónias torna-as importantes a nível regional” e justifica a protecção daquela área. Ao mesmo diário, Rob Downie, do Fundo Mundial para a Natureza (WWF, na sigla inglesa), afirmou que “esta emocionante descoberta” mostra “o quanto ainda há para aprender” sobre a espécie e “reforça a urgência de proteger as águas antárcticas das duplas ameaças de pesca excessiva e mudanças climáticas”.

Texto editado por Pedro Guerreiro

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