Greve dos guardas prisionais em prisão de Lisboa com adesão de 95%
Números são apontados pelo sindicato.
A greve de sete dias às horas extraordinárias no Estabelecimento Prisional de Lisboa (EPL) que termina nesta quarta-feira teve uma adesão de cerca de 95 por cento, avançou à Lusa o Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional (SNCGP).
O presidente do sindicato, Jorge Alves, disse que a greve dos guardas prisionais, que começou a 22 de Fevereiro, afectou todo o serviço prestado aos reclusos entre as 16h e as 19h no EPL, como visitas. Jorge Alves adiantou que a quase totalidade dos 180 guardas prisionais, à excepção de cinco ou seis, fizeram greve às horas extraordinárias, paralisação feita a pedido destes profissionais por causa dos novos horários de trabalho.
Os novos horários de trabalho, em vigor desde 2 de Janeiro em seis estabelecimentos prisionais, estão a gerar maior contestação no EPL, onde foram instaurados processos disciplinares a 16 guardas prisionais por terem recusado realizar trabalho extraordinário.
Segundo o novo horário de trabalho, três equipas de guardas prisionais estão ao serviço entre as 8h e as 16h, que são depois rendidas por uma até às 00h e por outra até às 8h. No período entre as 16h e as 19h, que coincide com o horário das visitas, alimentação, medicação e entrada dos reclusos nas celas, os guardas prisionais têm de estender o seu horário de trabalho através da realização de horas extraordinárias pagas.
Devido à contestação, os três sindicatos do corpo da guarda prisional estiveram reunidos, na semana passada, com a ministra da Justiça, Francisca Van Dunem, que "aguarda uma avaliação da Direcção-Geral de Reinserção e dos Serviços Prisionais sobre o impacto do novo horário no funcionamento dos seis estabelecimentos prisionais onde já foi implementado e os contributos de todos os envolvidos".
Jorge Alves disse ainda que até ao final da semana o Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional vai enviar ao Ministério da Justiça um balanço dos novos horários.