Jerónimo Martins lucra 385 milhões em 2017

Grupo dono do Pingo Doce vai distribuir 385,2 milhões de euros de dividendos aos accionistas, em proposta ainda a aprovar em assembleia geral – é um valor bruto de 61,3 cêntimos por título

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Pedro Soares dos Santos lidera a Jerónimo Martins SGPS LUSA/JOÃO RELVAS

A Jerónimo Martins SGPS, companhia de distribuição dona do Pingo Doce, do Recheio e da cadeia polaca Biedronka, encerrou o exercício de 2017 com lucros de 385 milhões de euros, após interesses minoritários.

A comparação directa com o ano fiscal de 2016 resulta numa quebra de 35% face aos lucros obtidos nesse ano. Mas a uma base comparável – retirando o efeito extraordinário da venda e da consequente mais-valia relacionada com a Monterroio, operação finalizada em Setembro de 2016 – o grupo JM registou um aumento dos resultados de 6,7%, salienta a administração da companhia, liderada por Pedro Soares dos Santos.

No ano de 2017, o resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) foi de 922 milhões de euros, mais 7% do que em 2016.

O grupo, que actua no retalho alimentar em Portugal, Polónia e Colômbia consolidou vendas de 16,27 mil milhões de euros, mais 11,3% (ou 1654 milhões de euros) do que em 2016.

Mais de dois terços das vendas na Polónia

A cadeia retalhista polaca Biedronka, com 2823 lojas, foi responsável por 68% das vendas anuais (ou 11,07 mil milhões de euros), crescendo 13,2% face a 2016. No território polaco a JM consolidou ainda mais 166 milhões de euros via a rede de 182 para-farmácias Hebe, um crescimento de 35,7% face ao ano anterior.

Em Portugal, a JM obteve vendas, através da cadeia de 422 supermercados Pingo Doce, de 3,66 mil milhões de euros (mais 3,1% do que em 2016) e outros 942 milhões pela rede de 43 cash & carry Recheio (mais 7,2%).

Finalmente, na Colômbia, a rede de lojas de proximidade Ara – que totalizaram 389 no ano passado - venderam 405 milhões de euros (mais 72% numa fase de plena expansão da cadeia naquele mercado).

Em comunicado ao mercado, após o fecho da sessão bolsista, a gestão da JM anunciou ainda que irá propor em assembleia-geral de accionistas, a realizar a 12 de Abril, a distribuição de 385,2 milhões de euros de dividendos. O que equivale a 0,613 euros (ou 61,3 cêntimos) por acção.

A gestão salienta que a proposta de dividendos "corresponde, pelo segundo ano consecutivo, a um payout excepcional de 100%, aproximadamente o dobro do que resultaria da aplicação da política de dividendos em vigor" – que "deve corresponder a um valor entre 40% a 50% dos resultados líquidos consolidados ordinários".

Segunda maior cotada da praça lisboeta em capitalização bolsista, a JM é detida em 56,1% pela Sociedade Francisco Manuel do Santos, holding dos descendentes do fundador do grupo.

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