YouTube e Twitter espalham informação falsa sobre sobreviventes de Parkland

Um dos vídeos chegou ao topo da lista de destaques do YouTube.

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Os jovens acusados de serem actores criticaram a política de armas em vigor nos EUA LUSA/COLIN ABBEY

Há uma parte da Internet em que os estudantes que sobreviveram ao tiroteio recente na escola de Parkland, que vitimou 17 pessoas nos EUA, são descritos como actores contratados pelas autoridades americanas e peças num “jogo maquiavélico” do Partido Democrata. Esta semana, circularam dezenas de vídeos que são falsos, imagens fabricadas e factos inventados. Alguns foram recomendados pelo YouTube e muitos espalharam-se pelo Twitter. O filho de Donald Trump, Donald Trump Jr, ajudou a espalhar a desinformação ao gostar de dois tweets falsos.

Todos os jovens acusados de serem actores têm em comum terem criticado em canais de televisão a política de armas em vigor nos EUA. Durante a tarde de quarta-feira, um dos vários vídeos falsos sobre David Hogg (um dos estudantes que mais se manifestaram sobre o problema das armas) chegou mesmo ao topo da lista de vídeos populares no YouTube. A plataforma já removeu o vídeo por promover bullying, mas ainda há vídeos semelhantes entre os 15 mais vistos quando se procura o nome de Hogg. “David Hog é o Problema NÃO o Salvador! Vejam as mentiras” é um desses vídeos, publicado por um canal intitulado GLOP (sigla inglesa para “Deus ama a nossa paixão”).

Questionado pelo PÚBLICO, o YouTube optou por não comentar a situação. No entanto, em declarações ao jornal The Guardian, uma porta-voz da empresa disse que as regras do site foram alteradas para considerar como assédio os vídeos falsos que atacam vítimas de tragédias.

Não é a primeira vez que a Google – que é a dona do YouTube – é alvo de atenção negativa por ajudar a disseminar informação incorrecta. Há cinco meses, informação falsa sobre o autor do tiroteio que vitimou 59 pessoas em Las Vegas, nos EUA, esteve durante horas entre as notícias principais mostradas pelo site.

Redes sociais como o YouTube, o Facebook e o Twitter incluem secções com o objectivo de destacar a informação mais relevante de entre milhões de publicações diárias.

No caso de Parkland, o ataque aos estudantes tem sido amplificado nas redes sociais, em parte através de redes de trolls russas que executam campanhas de desinformação através de notícias falsas e comentários online. Um dos argumentos repetidos é que o pai de David Hogg trabalhava no FBI  e que por isso poderá ser parte de uma conspiração contra o Presidente Donald Trump.

Esta quarta-feira, o Twitter adoptou várias estratégias para combater o problema. Uma delas inclui limitar a capacidade de um utilizador publicar repetidamente conteúdo igual ou semelhante pelas várias contas que controla. A actualização tem efeito independentemente das publicações serem agendadas, ou publicadas na hora.

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