Elina Fraga diz estar "absolutamente tranquila" com mandato como bastonária
Ex-bastonária da Ordem dos Advogados afirmou, em entrevista, que "é um privilégio e uma honra estar" no PSD.
A vice-presidente do PSD Elina Fraga garantiu hoje estar "absolutamente tranquila" com o mandato como bastonária da Ordem dos Advogados, considerando que a auditoria às contas deve ser situada na "luta" eleitoral para a liderança da instituição.
"Estou absolutamente tranquila com o mandato que fiz, absolutamente determinada em colocar-me ao serviço do meu país, como me coloquei ao serviço da Ordem dos Advogados durante três anos", respondeu hoje aos jornalistas durante uma conferência de imprensa na sede do PSD, após a primeira reunião da Comissão Política Nacional de Rui Rio.
Para Elina Fraga, a auditoria às contas da "Ordem dos Advogados tem que ser situada numa luta que existiu na Ordem dos Advogados, que teve a ver com as próprias eleições", "uma luta que foi intensa" e em relação à qual nunca foi chamada, "o que desde logo é estranho".
"A queixa feita no Conselho Superior foi toda ela arquivada. Pedi ao actual bastonário cópia da auditoria logo quando saíram as notícias em Novembro. Até hoje não me foi facultada qualquer cópia", criticou.
De acordo com a nova vice-presidente do PSD, o que pôde ler da auditoria foi-lhe facultado por um jornalista. "A Ordem dos Advogados nunca me facultou uma cópia da auditoria", insistiu.
Elina Fraga começou por afirmar que "é um privilégio e uma honra estar" no PSD, casa que disse ser sua já há algum tempo. "Em relação a todo o ruído, eu já tenho mundividência suficiente para perceber que determinados nomes geram reacções em alguns poderes instituídos e, portanto, não me espanta que haja todo este ruído e toda esta reacção ao meu nome", observou.
Elina Fraga aproveitou para referir que a auditoria analisa um desvio orçamental e não um desvio de dinheiro, explicando as razões.
"O meu mandato e as minha contas foram aprovadas pelo Conselho Fiscal, sem qualquer reserva, com um parecer favorável, onde se explica a razão do desvio orçamental, que teve como razão as comemorações dos 40 anos da Constituição da República Portuguesa, as comemorações dos 90 anos da Ordem dos Advogados, uma aposta séria do Conselho Geral no combate à procuradoria ilícita e as eleições da Ordem dos Advogados, que tiveram duas voltas", disse.
A antiga bastonária referiu que, no caso das deslocações, existiam dúvidas porque coloca que parte de Mirandela para Lisboa, quando a sua residência pessoal é em Valpaços.
"Eu parto de Mirandela para Lisboa ao invés de partir da minha residência pessoal, que à data era Valpaços. Se tivesse partido de Valpaços teria percorrido mais 15 quilómetros do que se metesse Mirandela", salientou.
Já em relação às contas bancárias, Elina Fraga frisa que existem mais de 200 contas, mas que são as delegações ou os conselhos regionais que as titulam, sendo utilizadas para transferir as verbas provenientes da quotização.
Sobre aos honorários de advogados, Elina Fraga afirmou que é da sua escolha os mandatários que reúnem "confiança em termos pessoais e conhecimentos técnicos adequados" a uma representação com sucesso, lembrando que a Ordem dos Advogados tem milhares de processos.
"Quanto ao pagamento a membros do Conselho Geral da Ordem, as importâncias foram pagas porque prestaram serviço fora do âmbito das suas funções", disse.