Companhias de teatro da "Fábrica" do Porto apresentam "modelo sustentável" ao Politécnico

As companhias de teatro que ensaiavam na Fábrica da Rua da Alegria ficaram desalojadas no final de Janeiro passado.

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Paulo Pimenta

As companhias de teatro da "Fábrica", espaço de criação artística fundado em 2005 no Porto, apresentam esta quarta-feira, ao Instituto Politécnico do Porto, um novo "modelo sustentável economicamente" e que "presta serviço público", disse fonte ligada ao processo.<_o3a_p>

Em declarações à Lusa, Ricardo Alves, da companhia de teatro Palmilha Dentada, avançou que quase todas as companhias de teatro que ensaiavam na Fábrica da Rua da Alegria, e que ficaram desalojadas no final de Janeiro passado, vão apresentar esta quarta-feira, dia 21, ao Instituto Politécnico do Porto (IPP), um "modelo sustentável economicamente e que preste serviço público para as companhias, para o IPP e para toda a cidade".<_o3a_p>

Segundo Ricardo Alves, o novo espaço para as companhias de teatro, para poderem continuar a ensaiar e ter oficinas de trabalho, será na Escola Primária Gomes Ferreira. Contudo, frisa, vão necessitar de mais espaços na cidade, designadamente de uma sala de espectáculos e para armazenagem de material, visto que a antiga escola primária não será suficiente.<_o3a_p>

A Câmara Municipal do Porto cedeu ao IPP a antiga Escola Primária José Gomes Ferreira para ali instalar o projecto da "Fábrica da Rua da Alegria", porque este espaço (da Rua da Alegria) vai ser alvo de obras de alargamento.<_o3a_p>

Em resposta à Lusa, via correio electrónico, sobre a posição da Câmara do Porto a autarquia explicou que "cedeu, em regime de aluguer", a Escola Gomes Ferreira para receber as companhias de teatro, sublinhando que "a decisão é bem evidente", quer na deliberação de Câmara, quer no contrato estabelecido com o IPP.<_o3a_p>

"É isso que a Câmara do Porto espera que seja cumprido. (...) Sob pena de ter de suscitar a anulação do contrato com o IPP", porque argumenta que se trata de uma deliberação da autarquia, "clara e democraticamente assumida", lê-se na resposta à Lusa, acrescentando que "não tem" qualquer indicação por parte do IPP que não pretenda cumprir o contrato estabelecido - o uso da antiga escola pelas companhias que estavam na Fábrica da Alegria.<_o3a_p>

A Câmara do Porto refere também que, "naturalmente, e tratando-se de uma deliberação do executivo, qualquer decisão será sempre sujeita àquele órgão para eventual nova deliberação". "Um eventual apoio a qualquer programa cultural ou projecto artístico pode ser, se solicitado, equacionado no âmbito do Pelouro da Cultura", lê-se na mesma resposta.<_o3a_p>

O Sindicato dos Trabalhadores de Espectáculos, do Audiovisual e dos Músicos (CENA-STE) veio manifestar recentemente na sua página oficial da Internet a sua "solidariedade" pelo facto de 12 estruturas artísticas terem ficado "desalojadas" da Fábrica na Rua da Alegria, no final de Janeiro de 2018.<_o3a_p>

"A cultura do Porto, as estruturas criadoras envolvidas e as solidárias, a comunidade do Porto exigem resposta, exigem que a autarquia cumpra a sua intenção de acolher as 12 estruturas artísticas desalojadas da Fábrica da Rua da Alegria. Contra a interpretação difusa do IPP, uma Instituição de Ensino prestigiada do Porto que se pretende sensível à criação artística da cidade. O CENA-STE, manifesta aqui a sua solidariedade", lê-se na página da Internet daquele sindicato.<_o3a_p>

O executivo da Câmara Municipal do Porto decidiu, em reunião camarária em Julho de 2015, a assinatura de um contrato de arrendamento, no início de 2017, cedendo ao IPP a antiga escola primária com o fim específico de instalar o mesmo projecto que estava na Rua da Alegria, a Fábrica.<_o3a_p>

A Lusa tentou obter informações junto do Instituto Politécnico do Porto, mas até ao momento ainda não foi possível.<_o3a_p>