O “Robin Hood dos hotéis” que descobre reservas mais baratas
A Pruvo monitoriza variações de preço de qualquer hotel do mundo. Depois de fazer uma reserva de cancelamento gratuito, diga-lhe que quarto escolheu, para que datas e a que preço. Se este descer, a Pruvo avisa. Depois é só remarcar por um preço mais económico.
Qual é o momento certo para garantir um quarto de hotel ao melhor preço? A esta pergunta (em inglês), o motor de busca Google responde com 31,7 milhões de páginas, recheadas de dicas que podem ajudar mas não resolvem o essencial — a indústria hoteleira pratica preços dinâmicos e ninguém tem vida para monitorizar permanentemente os preços. Para fazer isso, nasceu a Pruvo, uma empresa para usar depois da reserva feita e que avisará se o preço entretanto baixar.
A ideia deste negócio surgiu na cabeça de Itai Marcipar, 36 anos, depois de reservar um hotel para a lua-de-mel. De ascendência israelita e argentina, Itai é licenciado em Ciências da Computação pela Universidade Technion, em Haifa. “Passou horas e horas à procura da melhor solução e, três semanas depois da primeira reserva, constatou que o mesmo tipo de quarto, nas mesmas datas, estava 35% mais barato”, recorda Doron Nadivi, responsável pelo marketing da Pruvo, que tem escritórios em Israel e na Costa Rica.
Regressado da lua-de-mel, Itai começou por monitorizar em casa os preços para reservas de amigos. Verificou que os preços baixavam com frequência. “As diferenças eram significativas”, prossegue Doron. Itai Marcipar convidou então Regev Brody (31), engenheiro de computadores formado na mesma universidade, e durante um ano e meio desenvolveram algoritmos para transformar esta necessidade num negócio. A empresa nasceu 2016, com o nome Pruvo — que remete para a palavra improvement (melhoramento, em inglês). E apresenta-se como “o Robin Hood dos hotéis”, porque devolvem “dinheiro aos viajantes”, sublinha Doron.
Desde então, e até 31 de Janeiro de 2018, ajudaram clientes de 47 países a pouparem 530 mil dólares em reservas, assegura Doron. Como funciona? “A Pruvo não controla o mercado nem provoca descidas de preços, apenas acompanha a evolução no mercado”, salienta. Há apenas três regras obrigatórias: que a reserva inicial seja de cancelamento gratuito (caso contrário o cliente incorrerá em despesas que anulam potenciais ganhos na remarcação); que a reserva inicial seja enviada à Pruvo, para o endereço poupar@pruvo.net; e que o cliente anule primeiro a reserva inicial antes de fazer a remarcação, devendo esta ser feita o mais depressa possível, depois de ser notificado.
O preço de cada reserva enviada à Pruvo é acompanhado 24 horas por dia, sete dias por semana até à data do check in. Se até lá o preço descer, o cliente recebe um email, com um link para uma nova reserva, para as mesmas datas, o mesmo tipo de alojamento mas a um preço mais barato. A poupança média é de 12% e a poupança máxima, nestes dois anos, foi de 67%, revela Doron. O mesmo responsável garante que as baixas de preço acontecem em 40% dos casos — uma estatística impossível de confirmar de forma independente. A empresa assegura, porém, que este dado se baseia na análise de dezenas de milhares de transacções.
Quem já reservou hotel através de plataformas online sabe que há dois tipos de cancelamento gratuito: “Pague agora” ou “Pague no Hotel”. O apoio da Pruvo funciona em ambas as situações e quem pagou aquando da reserva verá o dinheiro devolvido na conta associada ao cartão de crédito. Outra nota importante: a Pruvo não cobra ao cliente e mantém o serviço gratuito porque a receita que encaixa provém da comissão que cobrará à plataforma se o cliente fizer uma remarcação com o preço mais barato.
A Pruvo opera através do website e não tem uma app. Afinal, a única coisa de que precisa é receber um email com os dados da reserva inicial. Porém, há uma extensão do Chrome (o browser do Google), disponível na Google Store, que facilita o processo. A empresa recorre a servidores da Microsoft e da Amazon para guardar os dados. Ainda assim, quem não ficar descansado, pode preencher um documento Word, com as informações essenciais (hotel, tipo de quarto, período da reserva e preço contratado) em vez de reencaminhar a reserva confirmada pelo hotel. O website está disponível em sete idiomas, incluindo o português — Portugal é, de resto, um dos mercados alvo deste negócio, com Doron a destacar a “grande popularidade” de destinos como a Madeira.