Carro do Ano: luxos e conforto disputam título de Executivo

Entre os prémios mais ambicionados, o título de Executivo premeia a imagem e a inovação tecnológica de automóveis de segmentos superiores (D em diante). Este ano, há cinco candidatos, entre emblemas generalistas e premium.

Foto
DR

A imagem é provavelmente o ponto fulcral quando falamos em executivos, automóveis que, de tamanho médio ou superior, trazem entre os seus atributos um conforto à prova de bala e detalhes exclusivos de requinte. É ainda nestes que, habitualmente, se estreiam as novas e mais inovadoras tecnologias, antes que as mesmas se democratizem por todo o portefólio de um determinado emblema.

Para 2018, há cinco candidatos bem distintos entre si: duas propostas de emblemas premium, Audi e BMW, com o A5 Sportback e o Série 5; duas de marcas generalistas que têm sabido dar cartas entre a classe dos executivos, Opel, com o Insignia Grand Sport, e Volkswagen, como o novíssimo Arteon; e uma estreante, a Kia, que, até aqui, ainda não tinha apresentado uma solução à altura da concorrência, mas que retirou da manga o Stinger.

O Essilor Carro do Ano/Troféu Volante de Cristal para 2018, com organização do semanário Expresso e do canal televisivo SIC Notícias e participação de mais 15 órgãos de comunicação social no júri, PÚBLICO incluído, entrou já na fase final, com a conclusão esta semana dos ensaios dinâmicos e a votação dos sete finalistas agendada para a próxima segunda, dia 19 de Fevereiro. Os resultados finais serão conhecidos a 1 de Março.

Audi A5 Sportback 2.0 TDI  Stronic (190cv)

A reflectir o amadurecimento de uma segunda geração, o A5 Sportback exibe uma suspensão reformulada e novos sistemas de info-entretenimento, de conectividade e de assistência à condução. Além disso, o sistema quattro, com diferencial central autoblocante, é proposto em todas as declinações equipadas com as transmissões automáticas, S tronic (no caso da proposta avaliada a gerir o bloco a gasóleo 2.0 de 190cv) ou Tiptronic. Beneficiando de um emagrecimento geral, quer em termos de carroçaria, recorrendo a materiais ainda mais leves, quer no habitáculo (o quadro em que assenta o banco traseiro, por exemplo, foi produzido em magnésio), os 190cv mostram-se sempre disponíveis para tornar ainda mais peso-pluma o corpo de 1675kg. Com detalhes bem pensados ao nível de acústica, o interior do A5 Sportback é um primor tanto na escolha dos materiais como na montagem dos mesmos. Destaque para a inclusão do Audi Virtual Cockpit, como uma alternativa ao painel de instrumentos analógico. No capítulo de sistemas inovadores, o automóvel pode ser equipado com busca de texto livre, depois de toda a estrutura do menu no sistema MMI ter sido redesenhada, permitindo ao condutor mais liberdade e um maior número de escolhas. A gama de serviços do Audi Connect tem ligação ao Google Earth e ao Google Street View, fornecendo informações de viagem, informações de trânsito e de estacionamento em tempo real. O sistema admite ainda a ligação individual à Internet através de um Wi-Fi hotspot.

Foto
DR

BMW Série 5 520D AT (190cv)

Maior mas mais leve que a geração que substitui, o novo Série 5 chega pejado de tecnologia e com praticamente a mesma volumetria e habitabilidade que o modelo anterior. Mas, tirando partido de vias mais largas, revela melhorias bem visíveis no que diz respeito ao comportamento dinâmico. Mesmo nesta versão mais comedida do bloco diesel, com “apenas” 190cv e binário máximo de 400 Nm disponível logo a partir das 1750 rpm. No caso da versão submetida a avaliação, com Pack Desportivo M, que sobe a factura em 3577 euros, as qualidades dinâmicas são ainda mais evidentes, permitindo uma exploração muito animada de um veículo de quase cinco metros de comprimento. Mas é no capítulo da tecnologia que o automóvel nesta sua sétima geração mais se afirma. Como, de resto, fez saber o presidente da BMW AG, Harald Krüger, por altura da apresentação dinâmico do veículo que decorreu em Portugal, sublinhando que o mesmo chegava para “estabelecer novas referências”. Equipado de série com uma câmara estéreo de alta resolução que, como opção, pode funcionar em parceria com um radar e sensores ultrassom, inclui uma espécie de guarda de prevenção de acidentes. Como opção, o cruise control activo e assistente de direcção e controlo de faixa permite que o carro decida (quase) sozinho, desde o arranque até uma velocidade de 210 km/h, quando acelerar, travar, curvar... Ao condutor bastará manter as mãos no volante e os olhos na estrada. Em termos de info-entretenimento, o Série 5 adoptou os sistemas estreados no “navio-almirante” Série 7, com ecrã táctil de 10,25’’, comandos de voz e por gesto.

Foto
DR

Kia Stinger 2.2 CRDi (200 cv)

Desde o Cee’d, lançado em 2007, que a Kia deitou as garras de fora, mostrando aos maiores players europeus que o emblema sul-coreano também tinha trunfos na mão para ir a jogo. O recente lançamento do Stinger, como o novo topo de gama da marca, é prova de que uma década depois permanece decidida a jogar, avançando para campeonatos mais exigentes, como é o dos executivos. Sendo o carro de produção com as prestações mais elevadas da história da marca, sobretudo na mais potente proposta a gasolina (V6 de 3.3 litros), o Stinger apresenta-se com linhas quase desportivas e bancos dianteiros a condizer, mas com espaço e ergonomia que garantem o conforto de todos os seus ocupantes. Com o bloco 2.2 litros a debitar 200 cv e com 441 Nm de binário máximo entre as 1750 e as 2750 rpm, o Stinger reúne uma aura de requinte a uma utilização (quase) racional. Acelera dos 0 aos 100 km/h em 7,6 segundos, tendo uma velocidade máxima de 230 km/h, reclamando um consumo moderado de 5,6 l/100km — ainda que nem sempre fácil de cumprir; sobretudo se se optar pelos modos de condução mais dinâmica no Drive Mode Select... Destaque para a nova transmissão automática de oito relações que estreia um conversor de binário com Amortecedor de Pêndulo Centrífugo que se distingue pela capacidade de reduzir as vibrações torsionais que passam através do sistema motopropulsor. Entre os equipamentos de série, travagem autónoma de emergência, alerta para a fadiga do condutor, faróis full LED com assistente de máximos, câmara de auxílio ao estacionamento 360º, chave inteligente e ecrã táctil de 7’’ polegadas gerir o sistema de info-entretenimento. Tal como o restante portefólio da marca, beneficia de sete anos de garantia (ou 150 mil quilómetros).

Foto
DR

Opel Insignia Grand Sport 1.6 Turbo D (136cv)

Elegância de linhas esculpidas, com rigor aerodinâmico e a almejar um bom compromisso entre prestações dinâmicas e conforto a bordo, sem ter esquecido a vertente tecnológica, estreando novas soluções de conectividade e de assistência à condução. Com uma imagem de maior robustez, conseguida sobretudo pela proeminente grelha, mas também pelo facto de o carro estar mais largo (ainda que mais baixo e menos pesado — a redução chegou aos 175kg), o Insignia Grand Sport oferece uma excelente habitabilidade para cinco ocupantes, dada a maior distância entre eixos (2829mm). Pelo habitáculo é ainda evidente o cuidado com os pormenores, com linhas sóbrias e superfícies suaves com materiais e acabamentos de boa qualidade (não se adivinham ruídos parasitas). Ao nível da tecnologia, chega com o que de melhor a casa de Rüsselsheim tem para oferecer quer em segurança, conforto como em conectividade: nova geração de faróis de matriz de LED IntelliLux, novo head up display e assistentes à condução como o programador de velocidade adaptativo, manutenção na faixa de rodagem e aviso de saída de faixa e sistemas IntelliLink que asseguram info-entretenimento e conectividade digital graças à integração de smartphones. Com o IntelliLink aparece o sistema Opel OnStar que oferece o serviço adicional de Personal Assistant, permitindo solicitar ao operador OnStar a marcação de hotéis ou a pesquisa de espaços livres de estacionamento. O turbodiesel 1.6 de 136cv, que alimenta o modelo a concurso, destaca-se pela frugalidade de consumos: entre 4,0 e 4,3 l/100km em circuito misto. De série chega servido por uma caixa manual de seis velocidades, sendo possível optar por uma transmissão automática de seis relações.

Foto
DR

Volkswagen Arteon 2.0 TDI DSG (150cv)

A linha Passat era, até há um ano, o melhor que a Volkswagen tinha para oferecer entre os seus produtos. Mas a marca de Wolfsburg achou que faltavam uns quaisquer pozinhos de requinte entre a sua gama, sempre muito voltada para a racionalidade, e surpreendeu com o Arteon, abrindo ainda a porta a uma nova era de design para a conservadora casa alemã. O novo topo de gama da VW, desenvolvido a partir da plataforma modular transversal MQB, destaca-se por uma generosa distância entre eixos (2841mm) e por um bom compromisso entre dinâmica e eficiência, fruto de uma série de medidas, como um curto deflector de ar situado por cima dos faróis traseiros, com o objectivo de reduzir a resistência ao ar. Com o bloco a gasóleo de 2.0 TDI a transmitir 150cv às rodas dianteiras, não é a proposta mais potente do grupo, mas uma das mais poupadas: acelera dos 0-100 km/h em 9,1 segundos, com velocidade máxima de 220 km/h, mas o consumo médio oficial é de 4,5 l/100 km. Ao nível da segurança, conseguiu ultrapassar os seus pares, tendo obtido a melhor classificação de 2017 do Euro NCAP, sagrando-se Best in Class. A contribuir para tal, a inclusão do cruise control adaptativo que avalia agora parâmetros como o limite de velocidade, curvas, rotundas e desvios, adaptando a velocidade automaticamente. Já as luzes dinâmicas, associadas aos dados do GPS e da rota do sistema de navegação, detecta uma curva, iluminando-a, ainda antes que a direcção tenha sido alterada. De série, ainda manutenção na faixa de rodagem, Front Assist com função de travagem de emergência em cidade e o sistema de info-entretenimento Composition Media.

Sugerir correcção
Comentar