Petição contra uso de animais no circo entregue no Parlamento

Documento da associação Animal, que reúne mais de 20 mil assinaturas, pede fim da presença dos animais no circo foi entregue esta sexta-feira.

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Petição pede o fim de animais no circo Daniel rocha

A associação Animal entregou nesta sexta-feira uma petição no Parlamento em que solicita a proibição do uso de animais nos circos. O documento reúne mais de 20 mil subscrições, meta que tinha sido estipulada pela associação para a entrega do documento.

Endereçada ao Presidente da República e aos deputados, a petição da associação Animal refere que as sociedades modernas estão cada vez mais consciencializadas do quão “antinatural e perverso” é o uso de animais em exibições circenses. O documento refere ainda que a legislação de 2009 — que impede os circos de adquirir novos animais e a reprodução dos animais que estes possuam — produziu “resultados práticos muito parcos”.

No documento, a associação faz questão de mencionar, porém, que o circo é uma expressão artística "que deve ser apoiada”, devido à sua vertente cultural “muitíssimo rica e importante”. Na opinião da associação, o “circo deve pertencer às performances dos artistas humanos, não utilizando animais como forma de entretenimento” e que o uso destes contribui para uma “sociedade menos civilizada e atrasada no tempo”.

A entrada da petição surge no seguimento da criação de um Grupo de Trabalho pelos deputados da Comissão de Cultura da Assembleia da República, que pretende discutir o fim da presença de animais nos circos. Em comunicado, a presidente da Animal, Rita Silva refere que a associação vê “com muito bons olhos” a criação do grupo de trabalho no Parlamento, elogiando . “Aquilo que hoje [sexta-feira] fazemos é trazer oficialmente ao legislador o clamor da cidadania e, acreditamos firmemente que este será ouvido, como deve ser”, refere a presidente da Animal.

No debate parlamentar, realizado a 21 de Dezembro, apenas o PSD e o CDS-PP mostraram uma posição reticente à criação de nova legislação, justificando que a lei em vigor para o sector circense tinha de ser aplicada e devidamente fiscalizada. A 12 de Dezembro já tinha sido realizada uma audição pública sobre a situação em que se encontram os animais de circo globalmente, que reuniu especialistas e deputados.

Existem 1136 animais registados nas estruturas do sector que, após a legislação colocada em vigor em 2009, deixaram de poder adquirir animais selvagens como leões, tigres, macacos, elefantes, entre outros. A reprodução dos animais que os circos detêm é também proibida, numa tentativa de terminar gradualmente com as actuações com animais.

Texto editado por Pedro Sales Dias

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