Sobrinho Simões recebe um dos Prémios Gago

Patologista português distinguido pelo seu trabalho de investigação científica e promoção da cultura científica na Europa.

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Manuel Sobrinho Simões Manuel Roberto

O patologista Manuel Sobrinho Simões foi distinguido esta quarta-feira com uma das medalhas dos Prémios Gago em Política Científica Europeia, pelo trabalho desenvolvido na área da ciência e da promoção da cultura científica na Europa, durante uma conferência no Porto.

O director do Departamento de Patologia e Oncologia da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto recebeu um dos cinco Prémios Gago, atribuídos a personalidades que se distinguiram na ciência durante a primeira Conferência Gago, que decorreu no Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto (i3S) e que teve o cancro como foco.

Reconhecido pelo percurso na área da ciência, Manuel Sobrinho Simões é co-director do i3S e director do Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (Ipatimup), onde investiga sobre o diagnóstico, o prognóstico e a selecção de tratamento para o cancro da tiróide.

Manuel Sobrinho Simões participou de projectos de investigação financiados por agências portuguesas e internacionais, incluindo os programas-quadro da Comissão Europeia, sendo, desde 2009, comendador da Ordem do Mérito Real da Noruega.

Com cerca de 350 artigos científicos originais, revisões e relatos de casos publicados em revistas internacionais, participou em mais de 20 livros e suplementos editados na Europa, nos Estados Unidos e no Japão, incluindo a segunda (1988) e terceira (2004) edições de o livro da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre patologia endócrina.

Considerado o patologista mais influente do mundo pela revista científica The Pathologist, em 2015, foi distinguido com a Grã Cruz da Ordem do Infante D. Henrique (2004) e com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada (2017).

Durante a conferência no Porto foi igualmente atribuída uma medalha dos Prémios Gago a Jean-Pierre Bourguignon, que desde 2014 ocupa o cargo de presidente do Conselho Europeu de Investigação (ERC, na sigla em inglês), instituição de financiamento da investigação científica na Europa. Formado em matemática, recebeu o Prémio Paul Langevin (1987) e, dez anos depois, o Prémio para Influência Francesa em Ciências Matemáticas e Física, da Academia das Ciências de Paris, França.

O director-geral do Cancer Core Europe (rede europeia de instituto de investigação do cancro) e presidente da Academia Europeia de Ciências do Cancro, Alexander Eggermont, foi outro dos premiados. Alexander Eggermont é também director-geral do Centro Gustave Roussy para o Cancro, em Paris, e membro da direcção da Sociedade Europeia para a Oncologia Médica (ESMO). Especialista em imunoterapia e imunologia tumoral e director da revista “European Journal of Cancer”, publicou cerca de 700 artigos científicos, tendo sido premiado com a Cátedra Joseph Maisin em Oncologia pela Universidade Católica de Lovaina (Bélgica) e condecorado com a Legião de Honra.

As medalhas do Prémio Gago foram ainda atribuídas ao director do Centro do Cancro de Karolinska (Suécia), Ulrik Ringborg, e à directora do painel científico para a saúde do programa de financiamento Horizonte 2020, da Comissão Europeia, Karin Sipido.

Ulrik Ringborg é professor de oncologia, secretário-geral Academia Europeia de Ciências do Cancro e membro do comité científico consultivo da Organização Europeia para Investigação e Tratamento do Cancro (EORTC). Com mais de 273 artigos publicados em revistas internacionais e livros sobre melanoma, Ulrik Ringborg recebeu, em 2013, o Prémio em Oncologia da OECI (Organização Europeia de Institutos do Cancro) e, em 2015, o Prémio Internacional Helmholtz.

Já Karin Sipido, professora de medicina e chefe de cardiologia experimental na Universidade de Lovaina, é presidente da Aliança para a Investigação Biomédica na Europa e da Associação Americana do Coração e da Academia Europaea.

A Conferência Gago, que reuniu investigadores e decisores para debater políticas de saúde na área do cancro e que surgiu como uma homenagem ao investigador e ex-ministro da Ciência José Mariano Gago, visa fomentar o envolvimento de cientistas, políticos e empresários na definição de políticas europeias que promovam e reforcem a ciência e a tecnologia.