O FC Porto venceu este domingo o Desp. Chaves, por 0-4, em partida referente à 22.ª jornada da I Liga, com o avançado brasileiro Soares a bisar (15' e 28') pela primeira vez no campeonato e o maliano Marega e somar o 16.º golo na Liga, a garantir - juntamente com o golo de Sérgio Oliveira (90'+1') - o regresso dos "dragões" à liderança isolada da prova, com 55 pontos e ainda com um jogo (Estoril) a menos.

Para a difícil deslocação a Chaves, Sérgio Conceição optou por uma estratégia que não esteve totalmente isenta de riscos, já que às ausências forçadas de Aboubakar, Danilo, Marcano e André André, somou-se a protecção a Brahimi, trunfo que o treinador portista reservou para o compromisso da Liga dos Campeões, na recepção ao Liverpool.

Otávio surgiu pela segunda vez no onze titular e Maxi Pereira assumiu o posto num corredor de onde sairia, precisamente dos pés do uruguaio, o cruzamento para o segundo golo de Soares, que esteve perto de conseguir o hat-trick, negado pelo poste da baliza.

O Desp. Chaves procurou dificultar ao máximo a tarefa portista, criando inúmeros problemas pelos flancos, sobretudo por intermédio de Matheus Pereira e Djavan. Ousadia que teve um preço elevado, pois os transmontanos não conseguiram controlar a profundidade do FC Porto, que aproveitou para marcar em duas falhas do defesa Domingos Duarte: primeiro numa transição falhada, com roubo de bola por Otávio e penetração de Soares, a passe de Sérgio Oliveira. Depois, sem a agressividade necessária, a permitir demasiada liberdade de movimentos ao brasileiro na área flaviense, com Soares à vontade para executar um remate fulminante.

O FC Porto exibia uma eficácia tremenda já depois de Herrera ter testado os reflexos de António Filipe, logo a abrir as hostilidades, acabando por ajustar a estratégia na segunda parte, compactando o jogo à espera de ver até onde os locais seriam capazes de resistir a um novo golpe, como o que Marega desferiu antes da hora de jogo.

Os flavienses capitulavam nesse momento, apesar dos muitos tiques de nervosismo exibidos pelos "dragões", tremores convidativos, por vezes a deixar espaço à especulação, com hesitações inexplicáveis de Herrera e excessos incompreensíveis de Maxi.

Até final, o poste e a barra da baliza do Desp. Chaves, a remates de Soares e Waris, ainda adiaram um resultado mais pesado, que Pedro Tiba poderia ter atenuado com um gesto soberbo a livrar-se de Felipe e a procurar o ângulo certo que acabou por falhar por milímetros. Não falhou Sérgio Oliveira no período de compensação, com um grande golo a sublinhar o regresso às goleadas.

A arbitragem, com um critério demasiado largo, permitiu um indesejável jogo de braços, com o FC Porto a abusar da sorte, pecando Artur Soares Dias no campo disciplinar: permissivo com as entradas mais duras e implacável a punir os criativos como Matheus Pereira e Waris, por pequenas faltas.