Criadores da The Worst Tours querem comprar quiosque à câmara

Responsáveis pelos passeios temáticos tentam evitar a demolição do quiosque, que terão de deixar livre até ao final de Maio.

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Quiosque irá ser demolido este Verão Hugo Santos / Publico

Margarida Pinho e Pedro Figueiredo, dois dos criadores dos passeios turísticos, decidiram propor à Câmara Municipal do Porto (CMP) a hipótese de o quiosque, situado na esquina da Avenida Rodrigues de Freitas com a Rua D. João IV, ser privatizado, de modo a que a Associação Simplesmente Notável (responsável pelo produto turístico) possa adquirir o espaço e continuar a usá-lo nas suas actividades. Pedro Figueiredo confirmou ao PÚBLICO o envio da carta na passada segunda-feira dia 5 de Fevereiro.

Na carta, que os criadores partilharam na página de Facebook da The Worst Tours, a Associação Simplesmente Notável oferece-se “formalmente para comprar o pequeno quiosque”, pedindo à CMP “que avalie a estrutura” para se “proceder à privatização”.

A associação apresenta a privatização como um “negócio” que traria vantagens para a CMP: em primeiro lugar porque pouparia “a verba da demolição”, em segundo lugar porque os cofres públicos lucrariam com a venda e por último porque pouparia à câmara “o embaraço da demolição escusada de um edifício público que alberga um projecto associativo da cidade”.

Pedro Figueiredo disse ao PÚBLICO que se a resposta ao pedido de privatização for negativa, a associação espera “que seja por a câmara ter decidido manter o quiosque público”, mostrando-se convicto de que a CMP irá “mudar de ideias”, impedindo assim a demolição.

Contactado pelo PÚBLICO, o gabinete de assessoria de imprensa da câmara não prestou esclarecimentos relativos à carta, afirmando porém que a autarquia tem “uma ideia urbanística diversa”, que se encontra em fase de estudo e que é “incompatível com aquele modelo de mobiliário urbano”.

Em Novembro passado, a câmara anulou o contrato de arrendamento temporário à empresa turística. Na altura, o gabinete de imprensa da autarquia denunciou o incumprimento do contrato por parte do concessionário, enquanto que os responsáveis pela empresa turística demonstraram surpresa pela decisão da CMP. Os ocupantes tinham até ao final de 2017 para deixar o quiosque livre. A 12 de Dezembro, numa reunião do executivo, Rui Moreira assegurou a Pedro Figueiredo, tesoureiro da associação, que a demolição do quiosque seria adiada para Junho, devido às “legítimas expectativas” da associação em permanecer no local até final de Maio.  

A Associação Simplesmente Notável aguarda agora resposta à proposta enviada à câmara esperando evitar que daqui a quatro meses o quiosque encerre. 

Texto editado por Ana Fernandes

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