Com a Pitaria, Avillez traz o Médio Oriente ao Chiado
É um espaço pequeno que acaba de abrir em frente ao Bairro do Avillez, em Lisboa. Pitas, sabores do Médio Oriente, shots, cocktails, música e clima de festa.
Hora do almoço e o pequeno espaço da Pitaria está já com fila à porta. Aberto há poucas semanas, esteve até agora calmo, mas desde que saíram as primeiras notícias a anunciar que este é o novo projecto de José Avillez em Lisboa, o restaurante encheu. Além disso, pelo Chiado andam dois jovens com um placard que diz: “Sempre que quiseres, (a)pita!”.
A frase é do próprio Avillez, que, conta a responsável pela comunicação do grupo, se diverte particularmente a criar, por exemplo, os nomes para as bebidas que aqui se servem – ou não tivesse o chef estudado Comunicação Empresarial na Universidade. Já iremos aos nomes das bebidas, mas primeiro vamos perceber de onde surge este novo projecto, inesperado.
A ideia inicial foi aproveitar uma antiga loja de conservas situada praticamente em frente ao Bairro do Avillez, na Rua Nova da Trindade, para abrir um local descontraído e que servisse também para que a já enorme equipa que compõe o Grupo Avillez pudesse ir comer alguma coisa rápida ou fora de horas. E se, nas primeiras semanas, conseguiram fazê-lo, agora tornou-se mais difícil, a avaliar pela quantidade de gente que por ali passou à hora do almoço na quinta-feira.
No meio de vários clientes curiosos com a novidade, e alguns repetentes, estava também o próprio Avillez, que passou rapidamente, saindo a correr para outro compromisso – mas a tempo de receber mais alguns parabéns pelo recente prémio Gran Prix de L’Art de la Cuisine, atribuído pela Academia Internacional de Gastronomia.
Apesar de tudo o que aqui se serve ter sido validado pelo chef, este é um projecto de equipa, para o qual contribuíram os vários cozinheiros que trabalham no grupo. Quem está a garantir que tudo funciona como deve ser é um jovem cozinheiro, José Barroso, que esteve com Avillez no Médio Oriente e por isso tem já alguma familiaridade com os sabores daquela região. Mas, diz Barroso, o que aqui se serve teve a participação de muita gente, de uma equipa “que é multicultural, com pessoas de vários países e de diferentes culturas e origens”.
O que quiseram foi trazer alguma da alegria e descontracção que encontraram nos restaurantes do Médio Oriente – e a banda sonora ajuda a isso. Tal como os shots (e cá estão os nomes) Pitarita (estilo margarita) ou Ginjonho (medronho, ginginha, líchias e groselha) ou os cocktails Pitarinha (caipirinha de kiwi), Pitajito (rum, morangos, alecrim e hortelã da ribeira), Pitaroska (vodka, beterraba e lúcia-lima) ou Pitatónica.
Falta falar das pitas, que, afinal, são as estrelas da festa. José Barroso sugere que provemos a Arais, que na ementa é apresentada como “a nossa pita chapada” e que, explica, é a que mais se diferencia das outras porque o pão é prensado na chapa e servido quente. No interior traz carne picada com especiarias, queijo, chouriço de porco preto, alface, pickles de nabo, cebola roxa e coentros.
As restantes são mais clássicas, com o pão pita aberto e recheado até cima. A mais leve é a grega com abacate, que leva queijo feta, depois há a shoarma de porco e a shoarma de frango, a de falafel com baba ganoush (a beringela é fumada no bico do fogão), a de kebab, que leva um ingrediente que assumidamente não é do Médio Oriente, a mostarda.
Original também é a Sujuk com salsicha arménia, alface, tomate, cebola roxa, pickles de couve e molho de alho e iogurte. Para acompanhar, há batatas fritas com za’atar (mistura de ervas do Médio Oriente) ou batata doce frita. Termina-se com um gelado de rosa, com rosas liofilizadas, coco e pistacho ou uma baklava com natas frescas e flor de laranjeira.
Agora é só esperar que as frases escritas nas boinas dos funcionários da Pitaria se tornem uma realidade para todos os clientes. E o que dizem? “As pitas não me saem da cabeça."