Passos Coelho apela à união no novo ciclo

O ainda líder social-democrata mostrou-se disponível para "ajudar para fazer o que é preciso".

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LUSA/MIGUEL PEREIRA DA SILVA

Em jeito de despedida e ainda antes da passagem de testemunho no congresso, Pedro Passos Coelho apelou à união do partido, desafiou a nova liderança a assumir “o que o PSD quer” para o país e prometeu ajudar nessa tarefa, mas sem “andar a armar ao pingarelho.” O ainda líder do PSD foi à tomada de posse da concelhia de Lisboa, onde é militante, e não poupou elogios ao novo presidente da estrutura, Paulo Ribeiro.

A sala foi pequena para acolher os militantes que queriam assistir à posse aos novos órgãos da concelhia e para receber Passos Coelho que, no final, recebeu aplausos e prendas. Uma delas foi sugestiva: uma caneta com tinta encarnada – para corrigir os “erros” do PSD – e outra a preto para uma futura “tomada de posse”. Qual? Paulo Ribeiro não disse. 

Momentos antes, no seu discurso, Passos Coelho assegurou que continuará presente "para ajudar a fazer o que é preciso – contem sempre comigo – mas sem andar a armar ao pingarelho”. Os protagonistas devem ser outros, reconheceu. “É outro tempo é outra gente. Há gente fantástica no PSD”, disse, dando um sinal união: “Agora não vai começar a divisão do PSD, agora começa a união. Cabe a iniciativa a quem ganhou, mas não se pode excluir quem perdeu”.

A sugestão de um regresso à política de Passos Coelho, que liderou o partido durante oito anos, já tinha sido deixada por Pedro Pinto, líder da distrital, e seu amigo: “O futuro a Deus pertence e veremos o que ainda vais fazer na vida política”. Passos Coelho virou-se para o futuro, sim, mas para o do partido. E deixou recados a Rui Rio, desafiando a assumir o que o PSD quer  - “o futuro não se faz de história”, “tanto faz mais para a esquerda ou para a direita”. O líder do PSD deu algumas orientações -  “nos traços essenciais não mudou assim tanto” – e lembrou que o PSD sempre se afirmou “contra os radicalismos da extrema esquerda” e “gente instalada”. No novo ciclo, o partido precisa de “mudar de conversa”, porque o país “não é o mesmo de 2011, felizmente”, e “é muito diferente do que aderiu à União Europeia em 1986”.

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