Um debate de 25 minutos no Parlamento, contra e a favor dos rankings das escolas
Vários grupos parlamentares criticaram os rankings. Em nome do PS, o deputado Porfírio Silva disse que não se deve ter medo de analisar os números.
O Parlamento discutiu nesta quarta-feira, durante 25 minutos, os rankings das escolas. Numa declaração política em nome do PS, o deputado Porfírio Silva afirmou que os "rankings dizem meias verdades, e a meia verdade pode ser uma mentira, mas devem ser analisados".
Estes rankings são usados, "infelizmente como propaganda" como "arma de arremesso" pelas "escolas privadas contra a escola pública" e não como "um instrumento de facilitismo, num olhar curto e imediatista", disse. E deu um bom exemplo, de um "ranking do sucesso", a partir de um indicador que "não valoriza só as notas positivas nos exames, mas também os percursos sem retenções".
Depois, vieram as questões, primeiro, do PSD, através de Nilza de Sena, que perguntou por que motivo "o PS tem medo" dos rankings" e porque não "acaba com eles".
Mais à direita, Ana Rita Bessa, do CDS-PP, até estranhou a intervenção de Porfírio Silva e levantou a questão da falta de pessoal assistente nas escolas, factor que não é tratado nos rankings e de que culpou o Ministério da Educação.
Ana Mesquita, do PCP, foi a primeira a dizer que estas listas elaboradas anualmente pelo Governo só servem os interesses dos privados, escolas e centros de explicações, e não valorizam a "rede pública de escola".
As escolas privadas, lembrou a parlamentar comunista, têm o poder de escolher os seus alunos e as públicas não.
Heloísa Apolónia, do PEV, foi dura, ao considerar os rankings estigmatizantes e "um absurdo", recordando a falta de investimento da escola que ficou em último lugar, na Baixa da Banheira, Setúbal, e que "há anos está à espera" da construção de um pavilhão.
Igualmente crítica foi a deputada Joana Mortágua, do BE, atacando a simplificação desta seriação de dados, insistindo na tese de que os rankings "serão sempre propaganda para as escolas privadas".
Porfírio Silva respondeu que não é o Ministério da Educação a fazer os rankings, embora forneça os dados que os órgãos de informação tratam anualmente, recusando qualquer medo dos números ou em analisar esses números.