Laboratório Militar, uma instituição com cem anos de história

Foi fundado a 16 de Fevereiro de 1918 para garantir que em guerra, na frente de combate, não faltavam medicamentos aos militares. Agora assume um papel estratégico na defesa da saúde pública, ao fornecer o SNS com medicamentos que deixaram de ser produzidos pela indústria.

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jsm jose sarmento matos

Quando é que o Laboratório Militar foi criado?
A dias de celebrar 100 anos, o Laboratório Militar foi fundado em 1918, tendo na altura a designação de Farmácia Central do Exército. “Esta decisão foi essencialmente baseada nos ensinamentos retirados do empenhamento de Portugal na I Guerra Mundial na Flandres, em que a falta de apoio farmacêutico organizado e centralizado dificultava as acções sanitárias na frente de combate”, explica o laboratório na sua página oficial.

Onde se localiza?
A sede está localizada nos Olivais, em Lisboa, mas conta ainda com sete sucursais dispersas pelo país. No total, em todas as instalações, trabalham 70 funcionários civis e 22 militares.

Que actividades desempenha?
O Laboratório Militar está capacitado para o fabrico e manipulação de produtos químicos e farmacêuticos, análises de água, controlo microbiológico de ambientes, análises clínicas, investigação e desenvolvimento, apoio logístico de aquisição, produção e distribuição de medicamentos e outro material de consumo sanitário, abastecimento da rede hospitalar e venda em farmácia militar.

Quantos medicamentos o Laboratório Militar produz actualmente para o SNS?
Produz cerca de 12 medicamentos manipulados de forma contínua para o SNS, para além das solicitações que vão surgindo de forma não planeada. Em média, o preço destes produtos é um terço mais barato do que o último preço de que há registo.

Que tipo de medicamentos são estes?
São medicamentos com interesse nacional, como por exemplo os casos do cloridrato de metadona, isoniazida (antituberculoso) cápsulas e solução oral, cápsulas de dexametasona (anti-inflamatório), solução oral de hidrato cloral (sedativo), pomada de cocaína, entre outros. Tem também um protocolo, desde 1999, para a produção de metadona.

O grupo de trabalho concluiu que o Laboratório Militar tem condições para garantir uma reserva estratégica de medicamentos, deixando uma proposta de projecto de lei para que isso aconteça. Em que fase está este processo?
“Considera-se que esta proposta tem pertinência, encontrando-se ainda em estudo o enquadramento jurídico da matéria”, explica o Ministério da Saúde.

O laboratório já teve um papel estratégico em situações de crises de saúde pública?
Teve um papel estratégico durante a Gripe A, em 2009, com a preparação do Oseltamivir, medicamento usado no tratamento das situações mais graves de gripe.

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