Europa fechou no vermelho mas a corrigir dos mínimos
Queda nas bolsas mundiais "limpa" 3,2 biliões de euros de valorizações numa semana.
Wall Street reabriu nesta terça-feira de manhã de ressaca, após as perdas acentuadas registadas na segunda-feira. A trajectória do índice Dow Jones Industrial era positiva (+0,96%), na abertura (15h em Portugal), corrigindo a tendência da véspera, que se contagiou às restantes praças mundiais como um vírus. Já a meio da sessão, as valorizações eram mais ligeiras, também acompanhadas pelo NASDAQ e o S&P 500 mantendo em suspenso os mercados globais, ansiosos para perceber se Nova Iorque caminha para o quarto dia consecutivo de desvalorização.
Na Europa, não houve um índice bolsista que não fechasse a perder, depois de uma noite de quedas acentuadas na Ásia e de um dia de recordes negativos em Wall Street. Contas feitas, segundo a Reuters, a queda das acções na última semana levou à "perda" de 3,2 biliões de euros (quatro triliões de dólares indica aquela agência) de valorização nos mercados mundiais de acções.
Em Lisboa, o PSI-20 fechou nesta terça-feira a cair 1,46%, a recuperar ligeiramente das fortes quedas da abertura, em sintonia com o que se passou no resto da Europa. Os principais índices, com Londres à cabeça, fecharam a perder entre 2% e 3%, incluindo as bolsas da Alemanha, França, Itália e Espanha.
Já barómetros bolsistas nos mercados asiáticos foram os primeiros a acompanharem nesta terça-feira as quedas acentuadas em Wall Street, onde o Dow Jones sofreu a maior queda desde 2011. Tóquio, Taiwan ou Hong Kong fecharam o dia no vermelho, com o Nikkei (Japão) a cair 4,7%, a pior queda desde Novembro de 2016.
O índice de Hong Kong perdeu mais de mil pontos na abertura nesta terça-feira, depois de Nova Iorque ter acentuado a queda iniciada no final da semana passada. O índice Hang Seng abriu a perder 3,29% (ou 1060,70 pontos), mantendo uma tendência negativa que levou à maior queda intradiária (-4,3%) desde Outubro de 2015.
O mesmo aconteceu na bolsa de Tóquio. O Nikkei 225 perdeu 4,73% (ou 1071,84 pontos) depois de um dia em que bateu o recorde da maior queda intradiária desde 1990, acabando por recuperar um pouco quando se caminhava para o final da sessão.
Na origem deste movimento bolsista que poderá influenciar os mercados europeus nesta terça-feira estão subidas nas taxas de juro das obrigações norte-americanas, depois de terem sido divulgados dados que apontam para uma subida acentuada nos salários nos EUA, a um ritmo como não se via desde 2009, aponta a Reuters. Consequentemente, soaram os alarmes por causa do receio de uma subida da inflação e das taxas de juro.