Associação tem ajuda do Estado para 22 famílias, mas apoia 240

A Associação de Defesa e Apoio à Vida dá apoio a mulheres grávidas, puérperas, mães com filhos pequenos e respectivas famílias em situação de risco social.

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Em 2017, a associação acompanhou 238 famílias (mais duas do que em 2016) e realizou 1257 atendimentos Manuel Roberto

A Associação de Defesa e Apoio à Vida de Coimbra é apoiada pela Segurança Social para ajudar 22 famílias, mas só em 2017 apoiou 238 agregados. A organização considera, por isso, que os recursos disponíveis são insuficientes para a ajuda que gostariam de dar.

"É uma diferença muito grande" entre o acordo com a Segurança Social e a ajuda realmente prestada, notou a presidente da Associação de Defesa e Apoio à Vida (ADAV) de Coimbra, Fátima Vilaça, defendendo que a associação não consegue prestar o apoio que gostava, por falta de recursos.

De acordo com a responsável, ao desfasamento entre o apoio financeiro concedido pela Segurança Social e a realidade da instituição associa-se um aumento constante do número de pedidos de apoio e uma mudança no perfil das famílias acompanhadas devido à crise económica dos últimos anos.

"Só para assegurar fraldas e leite em pó [às crianças e bebés apoiados] precisamos de cerca de dois mil euros por mês", disse à agência Lusa Fátima Vilaça, sublinhando que o apoio acordado com a Segurança Social é de cerca de cinco mil euros por mês. Segundo a presidente da ADAV Coimbra, não há recursos para a ajuda que gostariam de dar. Neste momento, não conseguem "dar todo o leite, papas e fraldas que as crianças precisam".

A associação constituída em 1998 procura apoiar mulheres grávidas, puérperas, mães com filhos pequenos e respectivas famílias em situação de risco social, assegurando apoios em diversas áreas, como apoio material, jurídico, psicológico, formação puérperas parental e profissional, entre outras.

Fátima Vilaça realça que a associação não consegue fechar "a porta a ninguém", mas admite que a instituição não tem capacidade "para muitas mais famílias". "Vamos tentar renegociar o acordo com a Segurança Social para poder ajudar [as famílias] com mais qualidade", afirmou, referindo que, de momento, é preciso fazer "uma ginástica brutal" para dar resposta a todas as solicitações, sendo que os donativos e o trabalho voluntário acabam por ter um papel muito importante na instituição.

Em 2017, a associação acompanhou 238 famílias (mais duas do que em 2016) e realizou 1257 atendimentos.

No sábado, a ADAV Coimbra realiza uma tarde aberta, entre as 15h e as 18h, para dar a conhecer a instituição à comunidade. "Queremos dar a conhecer, porque as pessoas podem ajudar-nos, com coisas que já não necessitam, como carrinhos ou camas ou se quiserem doar fraldas ou leite já sabem onde podem bater à porta", vincou, referindo também que a associação está aberta a receber voluntários.

A ADAV Coimbra conta ainda com o Banco da Maternidade e da Criança, uma resposta que angaria bens necessários à maternidade e à criança e procede à sua entrega a casos sinalizados. Em 2017, o banco apoiou 25 instituições e organizações, concedeu um total de 68 apoios e recebeu 720 doações de particulares e empresas, informou a instituição.