Portugal vai ser capital mundial dos media em Maio e Junho
Lisboa e Cascais vão receber conferências em que são esperados 850 a mil participantes ligados ao jornalismo, entre eles os proprietários e responsáveis de alguns títulos que são referências mundiais.
Vai chamar-se Media Summit, mas poderia ser Web Press. Lisboa e Cascais vão receber durante duas semanas milhares de pessoas ligadas aos mundo dos jornais e do jornalismo com a organização de quatro eventos que até agora se realizavam em países diferentes. São esperados os responsáveis de algumas referências mundiais da imprensa, como o New York Times, The Guardian, Financial Times, France-Presse, Huffington Post, Numbers , Forbes, El País, Euronews, Reuters, Al Jazira, Politico e Associated Press. Plataformas como a Google, a Facebook e associações como a Repórteres Sem Fronteiras e o Consórcio Internacional de Jornalistas (que revelou os o caso Panama Papers) também fazem parte do cartaz destes eventos que se vão realizar em Portugal.
De 6 a 8 de Junho vão encontrar-se em Cascais proprietários de jornais de todo o mundo, na reunião anual da Wan-IFRA - World Association of Newspapers. O evento vai realizar-se no Centro de Congressos do Estoril e segundo João Palmeiro, da Associação Portuguesa de Imprensa (API), que é a entidade anfitriã do congresso, esperam-se entre 850 a mil participantes. Um número superior ao dos últimos anos durantes os quais esta reunião magna dos proprietários dos jornais tem andado por outros continentes. Em 2017 decorreu em Durban, em 2016 em Cartagena (Colombia) e em 2015 em Washington.
João Palmeiro diz que a Associação Mundial de Jornais comemora os seus 70 anos, que são coincidentes com os 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Como esta foi declarada na Europa (em Paris, em 1948), os proprietários dos jornais optaram pela realização da sua reunião anual neste continente. Já a escolha de Portugal deve-se ao facto de o país oferecer boas condições de segurança e capacidade hoteleira, não sendo também de excluir os preços dado que encontros desta natureza realizados noutras capitais europeias seriam muito mais caros.
Mas o responsável da API acrescenta ainda outra razão que não é displicente: “Portugal é reconhecido como um dos países do mundo mais respeitadores dos jornalistas e dos jornais.” Integrada neste congresso decorrerá uma cimeira designada Woman and News que é dedicada às questões da igualdade do género. Uma iniciativa que já teve lugar no ano passado em Durban.
Reunião magna da Global Editors Network
A Media Summit em Portugal conta ainda com mais três eventos. O maior deles é a reunião magna da GEN – Global Editors Network, que reúne os directores e chefes de redacção e que tem por tema a parte tecnológica e inovação no jornalismo. A decorrer no Terreiro do Paço, terá uma feira de inovação e uma conferência por onde vão passar vários nomes de referência do jornalismo mundial.
A GEN conta com um misto de profissionais dos meios de referência de todo o mundo, além de vários académicos e profissionais de tecnologia que se dedicam a explorar o futuro imediato dos media, quer a nível da gestão quer da inovação. Este evento decorre entre 30 de Maio e 1 de Junho e vai incluir workshops, masterclasses, um estúdio de realidade virtual, demonstrações de software de startups ligadas ao jornalismo e uma cerimónia de prémios para o Jornalismo de Dados.
Em preparação, a GEN tem vindo a realizar vários eventos em Portugal, como uma hackaton (maratona de jornalistas e programadores que se juntam para resolver um problema) que deu origem a várias apps que melhoram a cobertura informativa sobre os incêndios, e reuniões abertas ao público com convidados como o director da WikiTribune e o Editor-Geral do European, o último projecto bem sucedido da imprensa em papel a nascer no espaço da União Europeia. Esta reunião na GEN decorrerá em Lisboa em 2018 e 2019, depois de dois anos em Viena e de dois anos em Barcelona, e deve trazer a Lisboa 850 participantes.
A 3 e 5 de Junho será a vez da Google Newsgeist - que no ano passado se realizou em Copenhaga – e que se destina essencialmente a jornalistas e suas chefias que debatem temas relacionados com a votação. Estão previstas 200 pessoas.
Na mesma altura reunir-se-á também em Lisboa o congresso anual da Federação Europeia de Jornalistas. São esperados cerca de cem participantes (de sindicatos e associações de jornalistas) no encontro de 6 de Junho.