O Papa Francisco pediu nesta terça-feira perdão pelos crimes de abuso sexual de menores cometidos por membros da Igreja Católica no Chile, referindo que sentiu "dor e vergonha" diante do "dano irreparável" causado às vítimas.

Francisco, que se encontra neste país sul-americano para uma visita de três dias, falava durante um encontro com membros do corpo diplomático e políticos chilenos. "Aqui não posso deixar de manifestar a dor e a vergonha que sinto perante o dano irreparável causado às crianças por elementos da Igreja", destacou.

As palavras do Papa foram recebidas com aplausos por quase 700 pessoas. "Quero unir os meus irmãos no episcopado, pois é justo pedir perdão e apoiar as vítimas com todas as forças, ao mesmo tempo que nos devemos esforçar para não os repetir", disse Francisco.

A chegada do Papa reavivou o escândalo que envolve sacerdotes que abusaram de crianças, tendo a organização Bishop Accountability publicado esta semana uma lista de 80 sacerdotes, clérigos e uma freira acusados de abusos sexuais de menores no Chile.

Francisco aterrou na noite de segunda-feira na capital chilena para uma visita ao país, durante a qual se esperam protestos contra os abusos sexuais bem como manifestações de cepticismo face à Igreja Católica Romana. Esta é a primeira visita do Papa a esta nação com 17 milhões de habitantes, desde que assumiu o papado, em 2013.

Acontece numa altura em que muitos chilenos estão descontentes com a decisão de Francisco, tomada em 2015, de nomear um bispo próximo do reverendo Fernando Karadima, que o Vaticano considerou culpado, em 2011, de abusar sexualmente de dezenas de menores ao longo de décadas.

Durante os próximos três dias, Francisco tem previsto celebrar missas em Santiago e nas cidades de Temuco, no Sul, e Iquique, no Norte. Na quinta-feira, o Papa segue para o Peru, para outra visita de três dias.