Merkel e Schulz com princípio de acordo para Governo de coligação

Os dois líderes políticos estavam desde domingo em conversações exploratórias para procurar uma base de acordo.

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LUSA/CLEMENS BILAN

A chanceler alemã, Angela Merkel, e o líder do Partido Social-Democrata (SPD), Martin Schulz, chegaram nesta sexta-feira a um príncipio de acordo para uma nova “grande coligação”, que resolverá o impasse governativo na Alemanha. 

A Reuters cita fontes dos dois partidos para dar conta que as duas partes já têm um esboço do acordo, que será agora apresentado às estruturas dos dois partidos. O El País chama-lhe um "princípio de acordo".

O período de conversações exploratórias entre a União Democrata-Cristã (CDU), de Merkel, a União Social-Cristã (o partido-gémeo da CDU na Baviera), e o SPD terminou já na madrugada desta sexta-feira, e as duas partes estarão mais próximas de um acordo que deverá pôr fim ao impasse que resultou das eleições de Setembro, nas quais Merkel não conseguiu a maioria para formar um executivo e que deixou a Alemanha sem Governo há mais de cem dias.

A fase das conversações exploratórias serviu para que os partidos decidissem se existem bases para se avançar com a negociação formal de uma nova coligação entre os conservadores e os sociais-democratas. As informações que circulam nesta sexta-feira indicam que há luz verde, embora se siga agora um período formal de negociações nas próximas semanas.

Inicialmente, os sociais-democratas começaram por recusar formar um Governo de coligação (uma espécie de bloco central) com Merkel. A solução já foi usada no primeiro Governo de Merkel (2005-2009) e no terceiro (2013-2017). A chanceler alemã voltou-se então para os Verdes e liberais, a chamada coligação Jamaica (devido à cor dos três partidos), mas esta tentativa falhou

Frank-Walter Steinmeier, Presidente alemão e ministro do SPD na última “grande coligação”, pressionou então Schulz para entrar em negociações com Merkel, de forma a evitar uma nova ida às urnas, uma vez que existe o receio de que um novo sufrágio possa dar mais votos à extrema-direita que chegou ao Bundestag nas últimas legislativas e é actualmente o terceiro maior partido no Parlamento alemão.

Os sociais-democratas entraram nas conversações exploratórias para avaliar a possibilidade de um acordo que se intensificou durante esta semana. O documento de 28 páginas delineado nesta sexta-feira será agora apresentado aos membros dos dois partidos.

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