Foi detido o polícia que matou jovem grávida na entrega de pernil
No domingo, durante a entrega do tradicional pernil de porco em Caracas, uma jovem de 18 anos foi morta a tiro por um membro da Guarda Nacional venezuelana.
As autoridades venezuelanas detiveram nesta terça-feira um membro da Guarda Nacional Bolivariana (GNB) suspeito de ter assassinado no domingo uma jovem de 18 anos grávida durante a entrega dos tradicionais pernis de porco a Oeste de Caracas, noticia a Reuters.
Segundo um relatório policial a que a agência Efe teve acesso, a morte da jovem ocorreu quando um grupo de pessoas estava "à espera dos benefícios sociais concedidos pelo Governo [pernil]" e "tornaram-se violentos", de modo que "uma comissão da Guarda do Povo se dirigiu ao lugar para pedir-lhes que voltassem para as suas casas". Nesse momento, "uma das autoridades militares, fazendo uso indevido da sua arma, efectuou disparos contra a multidão, ferindo a vítima, que foi levada para o hospital mais próximo onde chegou sem sinais vitais", refere a polícia no relatório.
Segundo a imprensa local, o marido da vítima e uma outra testemunha afirmam que os soldados estavam embriagados quando chegaram ao local da entrega dos pernis de porco numa zona pobre de Caracas e que ordenaram às pessoas para deixarem o local. Depois de as pessoas se terem recusado a ir embora, “a Guarda Nacional ficou louca e começou a disparar”, disse o marido da jovem assassinada.
Maduro assegurou na passada quarta-feira que os pernis prometidos aos venezuelanos não chegaram ao país no Natal devido a uma "sabotagem" de Portugal, acusação que Lisboa rejeitou. Um dia depois, o ministro da Agricultura Urbana da Venezuela, Freddy Bernal, disse que a Colômbia tinha retidas 2200 toneladas de pernil na fronteira.
Nos últimos dias sucederam-se vários protestos em zonas humildes de distintos pontos do país devido à falta do pernil de porco natalício prometido por Maduro a seis milhões de famílias beneficiárias da iniciativa.