Cinco séries para arrancar bem o ano

Sugestões para ver de uma só assentada durante o dia de Ano Novo, seja ele de ressaca, descanso ou reflexão. Escolhemos séries com vários episódios disponíveis instantaneamente, em serviços diferentes de streaming e video on demand.

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Jean-Claude Van Damme em Jean-Claude Van Johnson, série da Amazon em que faz dele próprio DR

O dia de Ano Novo de 2018 não é pródigo em maratonas televisivas – só se destaca o FOX Comedy, que estreia os dez primeiros episódios da nona temporada de Uma Família Muito Moderna todos de uma vez a partir das oito da noite –, mas não é por isso que o feriado não pode servir de desculpa para ver séries inteiras, ou quase inteiras, de um só fôlego. 

Aqui ficam cinco sugestões de séries novas ou recentes para começar bem o ano e das quais, na maioria dos casos, ainda não falámos muito. Todas servem para ver de uma só assentada e só duas é que ainda não têm todos os episódios disponíveis.

 

Jean-Claude Van Johnson

Amazon Prime

Jean-Claude Van Johnson é, no universo deste original da Amazon que se estreou a 15 de Dezembro, o nome de código que Jean-Claude Van Damme, o ícone da acção do final dos anos 1980 e início dos anos 1990, usa quando vai em missão como agente infiltrado. Depois de anos na reforma, regressa ao activo e continua a encobrir o trabalho como espião – no qual não é propriamente brilhante – com os filmes que vai rodar. É essa a premissa desta série em que Van Damme faz, à moda de JCVD, o filme de 2008, dele próprio. É uma criação de Dave Callaham, o homem que escreveu o primeiro filme da saga Os Mercenários, com todos os seis episódios da primeira época a serem realizados por Peter Atencio, o responsável pelo aspecto visual da série de sketches Key & Peele. A lendária Phylicia Rashad, a Clair Huxtable do Cosby Show, aparece na série.

Loosely Exactly Nicole

Facebook

Nicole Byer é uma actriz e cómica de stand-up que, depois de anos a destacar-se em programas como a série web Pursuit of Sexiness, ao lado de Sasheer Zamata, ex-Saturday Night Live, ou Girl Code, da MTV, ganhou a sua própria série nessa estação: Loosely Exactly Nicole, livremente inspirada na sua própria vida. Criada por Christine Zander, que escreveu para Saturday Night Live e Terceiro Calhau a Contar do Sol, e Christian Lander, que não tem grandes créditos anteriores, a série mostra o dia-a-dia de Byer, que faz dela própria, a viver em Los Angeles mas não bem em Hollywood, a navegar uma vida de pequenos trabalhos e encontros no Tinder enquanto tenta singrar no mundo do entretenimento e encontrar a sua personalidade cómica. Estreada em 2016, foi cancelada pela MTV no início de 2017, mas o Facebook, na sua aposta em programação original, repescou-a para uma segunda temporada que arrancou a 20 de Dezembro, com episódios novos a saírem todas as quartas-feiras e a época anterior disponível para ser vista gratuitamente.

Wormwood

Netflix

Errol Morris é dos documentaristas mais notáveis da América. A sua nova série, feita para o Netflix, mistura documentário e ficção. Dividido em seis partes – mas também existe uma versão cinematográfica que esteve em sala nos Estados Unidos para poder ser elegível para os Óscares –, gira à volta de um caso que nunca foi resolvido e se passou em 1953. O de Frank Olson, um bacterologista que trabalhava para a CIA e caiu do 13.º andar de um hotel de Manhattan nesse ano. Ao filho Eric, que tinha nove anos quando o pai morreu e fala directamente com Morris em entrevistas, disseram que ele tinha tido um acidente e tinha ou caído ou se tinha atirado, algo que não caiu propriamente bem ao miúdo. Em 1975, o Governo disse que Olson tinha sido drogado, sem saber, com LSD por um superior seu, pediu desculpa à família e pagou-lhes 750 mil dólares (623 mil euros) em compensação, mas Eric nunca acreditou. Além das entrevistas, há recriações da vida de Frank e dos agentes da CIA, com um elenco que inclui Peter Sarsgaard, Molly Parker, Tim Blake Nelson ou Bob Balaban, bem como um bastante inventivo uso de imagens de arquivo da parte de Morris.

The Last Man on Earth

FOX+/NOS Play

Em 2019, a terra foi assolada um vírus que matou uma boa parte da população mundial. Passado um ano, Phil Miller achava que era a única pessoa que restava, e passou os primeiros episódios desta sitcom estreada em 2015 a andar pelo Arizona a usufruir do que o mundo tem para oferecer quando não há gente à volta (o que é suficiente para ele ter vontade de se suicidar). Pelo caminho, foi encontrando pessoas. Criada e protagonizada por Will Forte, que foi de Saturday Night Live e tem um enorme talento para a comédia bizarra, tem produção executiva de Phil Lord e Chris Miller, a dupla de Filme Lego que foi substituída por Ron Howard na realização do filme de Star Wars sobre Han Solo – daí o nome da personagem principal. Além de Forte, o elenco inclui Kristen Schaal, January Jones, Mary Steenburgen e Mel Rodriguez. Chegou cá via FOX+, o serviço da FOX associado ao serviço de video on demand NOS Play, juntamente com Baskets, a série cómica em que Zach Galifianakis faz de palhaço. Apesar de já ir na terceira temporada, só estão disponíveis as duas primeiras.

American Vandal

Netflix

À primeira vista, American Vandal, que se estreou em Setembro, é só uma paródia de formatos sobre crimes verdadeiros, com um caso a ser investigado ao pormenor, com direito a testemunhas, acusações, consequências e à exploração de todo o mundo no qual o crime se passou. A criação de Tony Yacenda e Dan Perrault aplica o estilo popularizado por podcasts como Serial ou S-Town ou séries como Making a Murderer e The Keepers, também do Netflix – Wormwood ainda não existia –, ou The Jinx, da HBO, a um crime muito menos grave. Neste caso, 27 carros do parque de estacionamento dos trabalhadores de um liceu de uma pequena cidade norte-americana apareceram com pénis desenhados. Um rapaz com fama (e proveito) de pregar partidas foi acusado e expulso, mas dois colegas seus decidem investigar melhor e perceber o que se passou ao certo. É hilariante, sim, mas também tem muito a dizer sobre a adolescência e as experiências pelas quais se passa no liceu.

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