Embaixador português na UE é diplomata económico do ano

Nuno Brito é o embaixador português junto da União Europeia desde 2015, tendo estado antes em Washington. Foi também director-geral dos Assuntos Europeus e director-geral de Política Externa no Ministério dos Negócios Estrangeiros.

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Rui Gaudêncio

O embaixador português na União Europeia, Nuno Brito, foi considerado o melhor diplomata económico do ano, distinguindo o seu trabalho na saída de Portugal do procedimento por défice excessivo e na eleição do ministro das Finanças para o Eurogrupo.

O prémio Francisco de Melo e Torres, atribuído anualmente pela Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa (CCIP), será entregue ao representante permanente de Portugal junto da União Europeia, Nuno Brito, na próxima quarta-feira em Lisboa, durante o seminário diplomático, iniciativa anual que reúne os embaixadores portugueses e membros do Governo e representantes da administração pública, da comunidade empresarial e da sociedade civil, anunciou a organização.

"O júri atribuiu o prémio ao embaixador Nuno Brito pelo grande trabalho realizado no âmbito da saída de Portugal do processo por défices excessivos e os esforços diplomáticos tidos para a eleição do ministro das Finanças [Mário Centeno] para a presidência do Eurogrupo", disse o presidente da CCIP, Bruno Bobone.

Nuno Brito é o embaixador português junto da União Europeia desde 2015, tendo estado antes em Washington. Foi também director-geral dos Assuntos Europeus e director-geral de Política Externa no Ministério dos Negócios Estrangeiros.

A Câmara de Comércio e Indústria refere que "esta foi uma decisão excecional tomada por parte do júri" para reconhecer "os relevantes serviços prestados pelo embaixador a Portugal numa conjuntura muito delicada".

O prémio — com o nome de um prestigiado diplomata português do século XVII — tem o valor de 25 mil euros e distingue o chefe de missão diplomática que se tenha destacado no apoio à internacionalização de empresas portuguesas e na captação do investimento estrangeiro, contribuindo para o crescimento da economia portuguesa.

A iniciativa vai na quinta edição, tendo distinguido em anos anteriores Francisco Ribeiro Telles (2013, então embaixador em Brasília); Luís de Almeida Sampaio (2014, Berlim); José Augusto Duarte (2015, Maputo), e Jorge Torres Pereira (2016, Pequim).

O lançamento de um concurso de ideias para a economia do mar, a abertura de um centro de negócios para apoiar as empresas portuguesas em Moçambique, a criação de um centro de investigação e pesquisa sobre diplomacia económica e um projecto de colaboração com o Centro para a Excelência e Inovação na Indústria Automóvel (CEiiA) para divulgar a mobilidade eléctrica no mercado brasileiro foram os projectos lançados pelos diplomatas distinguidos nas edições passadas.

O júri é presidido pelo embaixador António Monteiro (ministro dos Negócios Estrangeiros do Governo de Pedro Santana Lopes, entre 2004 e 2005) e integra o presidente da CCIP, Bruno Bobone; o vice-presidente, Paulo Portas (ministro da Defesa nos governos de Durão Barroso e Santana Lopes e dos Negócios Estrangeiros e vice-primeiro-ministro no executivo de Pedro Passos Coelho), e ainda Miguel Horta e Costa, membro da direcção da Câmara de Comércio e Indústria.