Liberal Piñera vence as eleições presidenciais
O candidato derrotado já congratulou Sebastián Piñera, que regressa à Presidência do Chile.
Com mais de 98% dos votos contados, o conservador Sebastián Piñera soma mais de 54% dos votos nas eleições presidenciais deste domingo no Chile — do outro lado do confronto político estava o social-democrata Alejandro Guillier, do centro-esquerda, que somou 45,42% dos votos e já deu os parabéns a Piñera, que é bastante liberal em comparação com os tradicionais conservadores chilenos. À semelhança do que tem acontecido noutros países da América do Sul (Peru e Argentina, por exemplo), o Chile faz agora uma viragem à direita, após uma eleição que não foi tão renhida como previsto nas sondagens.
Alejandro Guillier reconheceu que sofreu uma "derrota dura" e deixou um apelo a Piñera para que continue as reformas da até agora Presidente Michelle Bachelet - que não se pode recandidatar devido ao limite de dois mandatos presidenciais seguidos. Uma das promessas de Guillier era aprofundar as reformas traçadas pela actual Presidente Bachelet.
"Obrigado ao povo chileno e aos milhões que nos entregaram a sua confiança. Mas isto não acaba. Seguiremos em frente a lutar pelos direitos sociais", escreveu Guillier no Twitter, após ser conhecido o resultado eleitoral.
Piñera é o 745.º homem mais rico do mundo, de acordo com a lista da Forbes, com uma fortuna avaliada em 2,7 mil milhões de dólares. O milionário de 68 anos já tinha ocupado funções presidenciais no palácio de La Moneda entre 2010 e 2014; a sua eleição era dada praticamente como certa, mas houve espaço para alguma incerteza quando se soube os resultados da primeira volta das eleições, a 19 de Novembro: com a dispersão de votos à esquerda, o candidato que logrou pôr fim à hegemonia de governos de esquerda desde a redemocratização do Chile, terminou à frente com 36,6% dos votos, um resultado inesperado e bastante aquém das suas aspirações. Alejandro Guillier, um antigo jornalista e senador, passara à segunda volta com 22% dos votos.
Desde 1990 que nenhum presidente chileno tinha tantos votos como o Piñera. Ao mesmo tempo, esta é a maior derrota de sempre para o centro-esquerda, no poder desde o fim da ditadura de Augusto Pinochet. No total, foram às urnas quase sete milhões de chilenos.
O regresso do Presidente vem com a promessa de tornar o Chile a primeira nação da América Latina a conquistar a classificação de “país desenvolvido” pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE).
A anterior passagem de Piñera pela presidência foi marcada pelo salvamento dos 33 mineiros encurralados no acidente na mina San José em 2010, mas também por muitos protestos populares, especialmente de estudantes.