Cerca de 50 mil militantes vão poder votar nas eleições directas do PSD
O Porto era, até meados desta semana, o distrito com mais quota pagas, seguindo-se Lisboa, Aveiro e Braga.
O número de militantes com capacidade para votar nas eleições directas do PSD, marcadas para 13 de Janeiro, pode chegar aos 50 mil, segundo disse ao PÚBLICO fonte do partido.
A corrida ao pagamento das quotas em atraso – 12 euros por ano –, que se verificou particularmente nas duas últimas semanas, não aconteceu apenas porque há uma disputa pela liderança nacional, entre Rui Rio e Pedro Santana Lopes, mas também porque desde as autárquicas que decorrem eleições em várias concelhias. Para poderem votar, os militantes tiveram de regularizar os pagamentos. Porto, Aveiro e Lisboa (área metropolitana) são os três distritos que têm mais militantes com quotas pagas. Braga é o quatro.
O prazo para a regularização das quotas terminou na sexta-feira pelas 18 horas, mas os cadernos eleitorais só deverão ficar completamente fechados na próxima semana, depois de acomodarem eventuais reclamações. Na quarta-feira, dia 20, a secretaria-geral do PSD fará chegar às respectivas candidaturas os cadernos eleitorais definitivos.
Um documento a que o PÚBLICO teve acesso revela que, em apenas um mês e quatro dias, o número de militantes com quotas pagas passou de 26.810 para 44.536. O documento mostra que entre 10 de Novembro e 14 de Dezembro 17.726 militantes procederam à regularização da sua situação para poderem votar. Curiosamente, a 10 de Novembro, Lisboa era o distrito com mais quotas pagas, 6737, seguindo-se o Porto, com 5123, e Aveiro, com 2347. Em Braga, havia 2096 militantes com a sua situação saldada (valor que praticamente duplicou, passando para 4053).
Contas feitas, tendo por base o documento que contabilizou as 19 distritais do partido, o Porto é a região que tem mais quotas em dia: 8931. Segue-se Lisboa, com 8668; Aveiro, com 5577, e Braga, com 4053. De acordo com o último levantamento realizado pelo PSD nacional com dados actualizados a 10 de Novembro, o partido tinha 78.973 militantes em situação de incumprimento, devendo um ou dois anos de quotas, número que deverá .
Virada esta página, os candidatos concentram-se agora na campanha das directas. Rui Rio chegou a pensar em apresentar este sábado a sua moção de estratégia, denominada Do PSD para o País, mas acabou por adiar a sessão, conforme o próprio disse ao PÚBLICO, uma vez que o documento ainda não está finalizado. A expectativa é que a apresentação aconteça antes do final do ano.
Sem agenda para os próximos dias (estava previsto que Rio interrompesse a campanha no terreno no dia 16, mas deverá conceder algumas entrevistas), o palco fica todo para Santana Lopes. Este fim-de-semana, o antigo líder social-democrata vai andar pelo Minho, tendo paragens previstas para Amares, Barcelos, Esposende, Famalicão, Vila Verde e Braga (zonas com muitos militantes do PSD). Para domingo, está marcada a convenção nacional, em Lisboa, em que o candidato vai apresentar as linhas gerais do seu programa à liderança do PSD.
Esta quinta-feira, numa tentativa de ultrapassar o impasse em torno dos debates televisivos, a candidatura de Santana enviou uma nota às direcções de informação dos três canais de televisão generalista para que promovam uma reunião com as duas candidaturas com vista a tornar possível a realização de um frente-a-frente em cada emissora. Ao que o PÚBLICO apurou, a TVI já rejeitou, a SIC aceitou o desafio e a RTP ainda não respondeu.