Procuram-se “pessoas parecidas com os seus animais de companhia”, “casais com semelhanças físicas que estejam juntos há algum tempo” e “famílias e amigos com traços fisionómicos idênticos”, lê-se na página de Amor Fati, o novo filme documental de Cláudia Varejão. No fundo, “seres que sejam fisicamente semelhantes e que estabeleçam entre si fortes laços de relação”.
Por agora, a cineasta de 37 anos nascida no Porto e que gravou o seu último documentário, Ama San, no Japão está nos Açores. No arquipélago, a partir de onde disse ao P3 já ter encontrado alguns casos de pessoas “que partilham uma empatia tão grande que [esta] começou a reflectir-se no lado físico e comportamental”. Cláudia quer saber como se conheceram e contar as histórias que descobrir pelo país inteiro no seu próximo documentário.
“As pessoas apaixonam-se por semelhanças ou vão ficando semelhantes ao longo de tempo?” É este o “mistério” que Cláudia Varejão quer explorar em Amor Fati, o título escolhido que se pode traduzir do latim para “amor ao destino”. “Neste filme ando à procura de amor e encontros”, diz.
Desde pequena, a realizadora diz reparar em casais cujos elementos, “com a convivência e a proximidade, começam realmente a parecer-se um com o outro”. O mesmo se passa com tutores de animais que “começam a ter comportamentos e gestos semelhantes aos animais de companhia”.
O filme de “ficção de realidade”, produzido pela Terratreme e que pretende “acompanhar o quotidiano destas pessoas”, ainda sem data de estreia, vai ser filmado durante o próximo ano. Para participar no casting basta enviar um email com uma fotografia para amorfatifilme@gmail.com ou ligar para 915 104 954.
Mas Cláudia Varejão deixa uma nota. Normalmente, os próprios não se apercebem disto: “Muitas vezes, só quem está de fora é que repara nestas parecenças.” Por isso, também espera contactos de amigos e familiares que tenham reparado nestas semelhanças.