O governador de São Paulo Geraldo Alckmin foi eleito neste sábado presidente do partido centrista PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira), tornando-se no provável candidato presidencial às eleições de 2018. O governador de 65 anos foi eleito na convenção do partido na cidade de Brasília, que o elegeu para o cargo (que ocupará nos próximos dois anos) com 470 votos a favor e três contra.

No seu primeiro discurso, Alckmin teceu críticas ao PT (Partido dos Trabalhadores) e disse que Lula da Silva, com quem poderá competir na corrida presidencial de 2018, quer “voltar à cena do crime”. “Depois de ter quebrado o Brasil, Lula quer voltar ao poder”, afirmou, garantindo que o seu partido — que considera ser “um instrumento da modernização” e desburocratização do Brasil — o derrotará nas urnas.

“Lula será condenado nas urnas pela maior recessão da nossa história. As urnas o condenarão pelos 15 milhões de empregos perdidos, pelas milhares de empresas fechadas, pelos sonhos perdidos”, continuou. Lula foi condenado por corrupção em Julho e aguarda agora pelo recurso; se a condenação se mantiver até às eleições de Outubro, não poderá concorrer.

Alckmin foi escolhido para unir o partido, que se encontra dividido por causa do actual Presidente do país, Michel Temer, que soma baixos níveis de popularidade — ao contrário do que acontece com Lula da Silva. A menos de um ano das eleições, os membros do PSDB pretendem afastar-se das políticas de Temer.

Geraldo Alckmin já tinha sido governador do estado de São Paulo entre 2001 e 2006 e voltou a assumir o cargo em 2011, até hoje. Em 2006, candidatou-se à presidência mas acabou por perder contra Lula da Silva, que continua popular no país apesar do escândalo de corrupção. O antigo Presidente brasileiro e fundador do PSDB, Fernando Henrique Cardoso, disse que era melhor vencer Lula da Silva nas urnas do que prendê-lo.