YouTube vai ter 10.000 moderadores para combater abuso de crianças

Em causa estão vídeos com crianças em situações impróprias. Pressão da imprensa e dos anunciantes levou a empresa a agir.

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Reuters/DADO RUVIC

O YouTube vai aumentar em 25%, para 10.000, o número de número de trabalhadores que visualizam os conteúdos para identificar e eliminar material impróprio que têm contornado os filtros automáticos da plataforma de vídeo. O anúncio foi feito na segunda-feira pela CEO da empresa, Susan Wojcicki.

Em causa estão milhares de vídeos, a maioria com origem na Europa de Leste, em que crianças aparecem em situações desconfortáveis, impróprias ou perigosas. Um artigo recente do BuzzFeed News descrevia vídeos em que crianças brincavam aos médicos com adultos, em que eram colocadas dentro de máquinas de lavar roupa ou surgiam em trajes diminutos. O receio é o de que estes vídeos, alguns com dezenas de milhares de visualizações, estejam a ser vistos por indivíduos propensos a abusar física e sexualmente de menores.

Centenas de milhares de vídeos sob suspeita foram eliminados nas últimas semanas.

A maior parte do esforço de moderação de conteúdos no YouTube está entregue a algoritmos que identificam imagens impróprias automaticamente. O software tem sido bem-sucedido na identificação e eliminação de vídeos relativos a conteúdo extremista e pornográfico, mas é menos eficaz perante imagens que requerem interpretação humana, como é o caso destes vídeos com crianças, o que leva agora à contratação de milhares de novos moderadores.

O problema destes vídeos levou já grandes empresas internacionais a anunciar a retirada de anúncios aos seus produtos no YouTube, perante o receio de verem as suas marcas associadas a conteúdos impróprios.

Wojcicki revelou que, só nas últimas duas semanas, o YouTube removeu anúncios de dois milhões de vídeos e de 50.000 canais problemáticos, perante as queixas dos anunciantes.

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