Assunção Cristas quer ser poder "já em 2019"
Líder do CDS-PP insiste num governo de coligação com o PSD, mas com os dois partidos a irem sozinhos a eleições.
Assunção Cristas quer voltar ao Governo, mas defende que o CDS e o PSD devem ir separados a eleições. Em entrevista à Antena 1, que será dvulgada no sábado, por volta do meio-dia, a líder do CDS diz que quer ser poder "já em 2019" e exclui o Partido Socialista da equação política do futuro, insistindo num governo de coligação com o PSD.
Com este objectivo bem definido no horizonte, Cristas explica que lançou a iniciativa "Ouvir Portugal" para fazer com que pessoas que nunca olharam para o CDS como uma hipótese eleitoral o façam. Nesse sentido, há um grupo de independentes, entre os quais a ex-jornalista Raquel Abecasis e o consultor de Marcelo Rebelo de Sousa Pedro Mexia, que estão a colaborar com o CDS "para organizarem conferências pelo país ate às eleições de 2019".
A ideia é preparar a candidatura às legislativas, como foi preparada a campanha de Lisboa, e obter o melhor resultado possível. A nova realidade política portuguesa só obriga a que haja uma maioria de 116 deputados "pelo menos", desabafa, numa alusão à geringonça. E sobre o executivo, Assunção Cristas é muito crítica. "Neste Governo o que sentimos é aquela formula velha e estafada de que quem abre a boca para falar contra o Governo está contra o país".
Apesar disso, reconhece. "Tem algum mérito em uma ou duas coisas. Um: estabilidade política. Apesar de tudo é o terceiro orçamento aprovado e, portanto, acho que isso é de sinalizar. E segundo, há algumas reformas que foram feitas que felizmente António Costa tem sabido preservar. Aí está uma das chaves da manutenção de postos de trabalho, da diminuição do desemprego e da criação de mais emprego: a reforma laboral, que como sabe é uma grande bandeira da esquerda e que todos os anos insiste que seja esse o ano da reforma laboral e até agora o Governo tem dito que não e tem mantido a estabilidade dessa reforma e eu acho que fez bem."
Na entrevista a Maria Flor Pedroso, Cristas rejeita a acusação de que as propostas do CDS em matéria de Orçamento do Estado, cerca de 90, custassem mil e quinhentos euros - contas de Pedro Nuno Santos, secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares - e diz que o executivo nem sequer percebe como é que funcionam alguns impostos.
Respondendo a perguntas sobre a última remodelação governamental, Assunção Cristas diz que não foi mais do que um "necessário ajuste". "Penso que foi uma solução muito coxa, na verdade. Naturalmente que as coisas estão um pouco mais estabilizadas e tranquilas. Mal seria, porque estávamos tão mal que não podíamos ficar pior. Nesse sentido, há uma normalização que é positiva. Se me pergunta se esta é uma solução que precisávamos para um Governo que está fragilizado e que continua a estar", não é.
A líder do CDS recusa-se a comentar os candidatos à liderança do PS, de quem diz estar separada por 20 anos, mas não tem dúvidas de que "uma nova liderança traz dinâmicas diferentes, mas não me preocupo com a deles, preocupo-me com a minha".