Chega de escolher entre "vem aí o diabo" e "chapa ganha, chapa distribuída"
Nuno Morais Sarmento disse que, nestas directas, não teve dúvidas em escolher Rui Rio, sobretudo pelas suas qualidades humanas.
O mandatário nacional de Rui Rio à liderança do PSD defendeu na quarta-feira que Portugal tem de "ultrapassar a escolha curta" entre o "vem aí o diabo" e o "chapa ganha, chapa distribuída", numa referência a Passos Coelho e António Costa.
"Só vale a pena fazer política se prosseguir um sonho e uma visão para Portugal que ultrapasse a escolha curta entre o 'vem aí o diabo' e o 'chapa ganha, chapa distribuída', que seja razão de motivação dos portugueses e um caminho de verdadeira mudança para o país", defendeu o ex-ministro Nuno Morais Sarmento, na sessão de apresentação da Comissão de Honra de Rui Rio.
Sarmento disse que, nestas directas, não teve dúvidas em escolher Rui Rio, sobretudo pelas suas qualidades humanas: "É um homem a quem reconheço honestidade, integridade, a coragem, o sentido de missão e de serviço público que considero indispensável para que, na liderança do PSD, o nosso partido recupere a confiança, a credibilidade e uma visão de futuro".
"Ano novo, vida nova: não podemos mais limitar o nosso futuro à decisão de um Governo que metade dos dias funciona como um cata-vento e a outra metade como um doente bipolar e ainda acredita que Portugal pode avançar segundo um modelo ultrapassado de luta de classes", criticou.
Sarmento defendeu que o PSD é um partido do centro, onde o primado está nas pessoas, e que respeita a iniciativa privada mas garante a igualdade de oportunidades e a defesa dos mais vulneráveis.
"Um país em que haja a coragem não de reformar o Estado mas de repensar o que são as funções do Estado, centrando-o apenas nas funções essenciais, que são as funções de soberania e as funções sociais", defendeu, pedindo uma aposta no mar e na língua, que considera as únicas dimensões que tornam Portugal maior que o seu território.
Já o presidente da Comissão de Honra, o antigo vice-presidente do partido Paulo Mota Pinto fez questão de sublinhar também a matriz social-democrata do PSD e reiterou o apelo que tem sido feito pelo candidato à liderança Rui Rio.
"Temos o dever de tudo fazer para que o nosso partido se apresente aos portugueses com o candidato a primeiro-ministro que não só seja quem traduz a sua identidade social-democrata de sempre como quem melhores possibilidades tem de conquistar o poder", afirmou, considerando que é Rui Rio quem reúne estas duas condições.
E reforçou o alerta: "De nada adianta ganhar eleições internas para contentar quadros e aparelhos, se isso de nada servir para ganhar eleições nacionais, perante o voto de todos os portugueses".
O PSD escolherá o seu próximo presidente em 13 de Janeiro em eleições directas, com Congresso em Lisboa entre 16 e 18 de Fevereiro. Até agora, anunciaram-se como candidatos à liderança do PSD o antigo presidente da Câmara do Porto Rui Rio e o antigo primeiro-ministro Pedro Santana Lopes.