Os robôs sociais que já deslizam entre nós
Em 2017, alguns robôs sociais – capazes de compreender e interagir com humanos – saem da ficção para a realidade.
Os robôs sociais – capazes de compreender e interagir com humanos – fazem parte do imaginário das pessoas há séculos. Em 1495, por exemplo, Leonardo Da Vinci criou o Cavaleiro Mecânico (uma armadura medieval capaz de replicar movimentos parecidos com humanos no campo de batalha), e em 1977 “há muito tempo atrás, numa galáxia muito, muito distante”, a saga Star Wars trouxe o C-3PO para o grande ecrã.
Em 2017, já há robôs sociais que saem da ficção para a realidade. Alguns têm inteligência artificial, muitos podem ser transportados nas mãos de pessoas, e outros têm um aspecto humanóide (em que as componentes de plástico ou metal tentam imitar o corpo humano). A Federação Internacional da Robótica estima que entre 2015 e 2018 sejam enviados para retalho 1,5 milhões destes robôs pessoais.
Buddy
O Buddy – que se apresenta como o “companheiro amigável das famílias” – está entre os modelos mais baratos. Por cerca de 600 euros, o pequeno aparelho desliza pela casa com uma cara a sorrir de dentro de um ecrã, faz chamadas, envia mensagens, dança e lê com as crianças, responde a perguntas simples, dita receitas, e monitoriza a casa (os vídeos são enviados para uma aplicação móvel). As respostas do robô, porém, são simplistas. Em 2015, quando os primeiros robôs saíram, a revista de tecnologia do MIT, a Tecnhology Review, comentou que o robô “do tamanho de um gato a guiar um aspirador era apenas marginalmente mais útil que aqueles aparelhos”. Porém, também admitem que as falhas encontradas no Buddy são a culpa das expectativas das pessoas em relação a este tipo de robôs domésticos. Afinal, custa menos que alguns smartphones topo de gama.
Jibo
O Jibo é um robô social, que já foi capa da revista Time e descrito como “das melhores invenções de 2017”. A fama começou em 2014 quando juntou mais de 3 milhões de dólares numa campanha de financiamento online no Indiegogo.
Porém, em vez de uma cara a imitar expressões humanas, a cabeça – com um só olho luminoso – assenta por cima de um cilindro branco que se mexe livremente. Lembra uma animação da Pixar: uma fusão de Eve de Wall-E e Mike de Monstros e Companhia. Pode piscar, mostrar lembretes, e apresenta diferentes cores consoante as “emoções”.
Além de fazer as mesmas tarefas que o Buddy (ler, avisar de datas e horários importantes, fazer chamadas, e filmar), também promete ajudar as crianças a desenvolver a criatividade. Por exemplo, se uma criança estiver a ler para o Jibo, o robô pode fazer perguntas, e criar efeitos sonoros e visuais (por exemplo, o som da chuva a cair se o livro focar uma tempestade). Custa 899 dólares (cerca de 750 euros).
Pepper
Pode-se encontrar a Pepper – o único robô desta lista que se aproxima da altura e aparência de um ser humano médio – a trabalhar na Pizza Hut do Japão, num hospital da Bélgica, e alguns supermercados Carrefour na Europa. Tem cerca de 1,21 metros, um rosto e dois braços, mas desliza em vez de andar e tem um ecrã táctil colado ao peito.
Quando se activa a Pepper, a primeira coisa que faz é explorar o ambiente através da câmara 3D para ver se há humanos presentes. Ligada directamente à Internet, a robô informa as pessoas em seu redor sobre as notícias mais recentes, o estado do tempo, e ajuda a encontrar receitas. Pode-se tentar falar com a Pepper sobre diferentes temas, que a máquina pesquisa online.
A tecnologia de reconhecimento facial, e os quatro microfones embutidos na sua cabeça, também permitem à Pepper interpretar as emoções das pessoas através do tom de voz e das expressões. Se as pessoas parecem tristes ou zangadas, a máquina está programada para as consolar. Se alguém parece aborrecido – quando a Pepper está a dar informação – a robô pára de falar.
Em 2016, existiam 10 mil Peppers a operar do mundo. Destas, sete mil foram compradas para casas japonesas. O preço da robô em si ronda os 1350 euros, mas muitas são vendidas através de um contrato de subscrição que inclui o acesso à Internet.
Stormtrooper da Ubtech
Quem é fã da saga Star Wars pode estar interessado no Stormtrooper da empresa de inteligência artificial e robótica Ubtech. O robô – que é um misto entre brinquedo e robô social – foi modelado como as tropas de assalto do Império Galáctico, mas em ponto pequeno.
Vem com um sistema de identificação biométrica integrado que lhe permite reconhecer até três pessoas diferentes e, consoante quem está à sua frente, reage de diferentes formas. Também monitoriza o ambiente, responde a comandos de voz, e (por ser acima de tudo um brinquedo) permite jogar jogos interactivos do Star Wars através do smartphone. Pode-se controlar o robô através do tablet ao do smartphone. Custa 299 dólares (cerca de 250 euros).