E a reutilização das águas tratadas?

A associação ambientalista Zero não se deixa impressionar pelas medidas que os municípios dizem estar a executar ou a pensar fazê-lo, como resposta à seca, porque “uma boa parte delas já estava prevista no Plano Nacional de Uso Eficiente da Água”, criado em 2005 e revisto em 2012. Nem pelas anunciadas pelo Governo no Verão, anteriormente +previstas “sem ser para a seca”.

Carla Graça, da direcção da Zero, sublinha que a solução “óbvia e que faz sentido em tempo de seca é reduzir a pressão de água para baixar os caudais. Todas as outras desejaríamos que já estivessem implantadas”. Destaca uma delas em atraso: a reutilização de águas residuais tratadas, com vários fins possíveis, como as lavagens de ruas.

Convicta de que o país não está preparado para secas prolongadas e consecutivas, reclama a existência de regulamentação que ajude os consumidores a utilizarem mais água residual tratada. Actualmente, o país reutiliza 1,2% de toda a água residual tratada quando a média europeia é de 2,6% e a meta para 2030 aponta para 6%.

“Falta um regulamento que permita balizar qual deve ser os critérios de qualidade da água residual tratada para uso público. Pode ser para rega, para algumas lavagens, mas com controlo de qualidade”, diz, atribuindo a responsabilidade pela sua elaboração às entidades reguladoras do sector. E não é por falta de tecnologia, já que uma boa parte das ETAR estão preparadas para isso “mas os sistemas continuam fechados porque não há segurança”, enquanto não houver um regulamento.

Um exemplo conhecido de reaproveitamento de águas residuais tratadas no país é a rega dos campos de golfe no Algarve.

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