Toda a natureza do Litoral Norte online

Promover novas e inovadoras formas de aproveitamento sustentável dos recursos marinhos é o objectivo do Observatório Marinho de Esposende (OMARE), projecto do município que será apresentado esta quinta-feira.

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Nova plataforma permitirá estudar e analisar espécies e habitats marinhos do Parque Natural do Litoral Norte paulo pimenta

Ao longo de 16 quilómetros, desenrola-se na paisagem de Esposende o Parque Natural do Litoral Norte, que preenche as vistas a quem o vê a desenhar-se a partir da foz do Neiva, estendendo-se até à Apúlia. Por essa costa fora habita uma imensidão de espécies, e agora há uma plataforma online para que todos as possam conhecer melhor. O Observatório Marinho de Esposende, projecto resultante de uma parceria entre a Câmara Municipal e a Universidade do Minho, para além de contribuir para a conservação da biodiversidade marinha, também quer que o mar mova diversos quadrantes na sociedade do município. Na mira está a criação de emprego e a fomentação do ensino e da educação ligadas ao oceano, bem como do desporto. O site do Observatório é apresentado à cidade esta quinta-feira, no Centro de Educação Ambiental de Esposende, em Marinhas. O evento também incluirá apresentações de propostas educativas do centro, bem como do Programa de Educação para a Sustentabilidade.

A zona de intervenção do projecto engloba os limites marinhos do Parque Natural do Litoral Norte que, segundo a vice-presidente da câmara Alexandra Roeger, “coincidem exactamente com os limites do concelho de Esposende, e que abrangem uma área de cerca de 80 quilómetros quadrados”.

Segundo a mesma fonte, o OMARE tem como objectivos actualizar a informação já existente, de forma a colmatar eventuais lacunas no conhecimento do património natural, através de, por exemplo, “cartografias de habitats e ecossistemas”. A sensibilização ambiental junto dos munícipes (e não só) é também um dos propósitos da criação desta plataforma. Estas medidas revelam-se “essenciais para garantir a eficácia e a eficiência das medidas de protecção e gestão em vigor, e para definir medidas e instrumentos adicionais a adoptar, baseados na informação obtida pelo OMARE”, adianta a vice-presidente do município.

Para além de perfis sobre as diversas espécies e dos habitats marinhos das áreas, o portal incluiu conteúdos de componente lúdica e pedagógica, para professores e alunos. Os mais novos são, também, o público-alvo, e há jogos didáticos sobre o litoral norte e sobre os animais da zona costeira, sempre com o objectivo de divulgar a necessidade de conservação da natureza. Tudo isto resulta de uma inventariação da “macrofauna e macroflora existente no Parque Marinho”, e cada espécie é avaliada relativamente à sua “abundância, distribuição espacial, estatuto de conservação e principais ameaças”. No que diz respeito aos habitats, estes são hierarquizados relativamente a perigos e ameaças para que se possam desenvolver e implementar medidas para a sua conservação.

Os conteúdos do sítio online do OMARE vêm-se juntar aos já presentes no Centro de Educação Ambiental de Esposende, onde existe “um conjunto de equipamentos que permitem trabalhar estes temas”, explica a mesma fonte. A preocupação ambiental e o desenvolvimento sustentável têm pautado algumas acções da Câmara de Esposende “nos últimos 20 anos”, sempre dirigidas à formação “de munícipes e visitantes para questões problemáticas de índole ambiental que, de forma directa ou indirecta, influenciaram o desenvolvimento do concelho”.

A protecção dos ecossistemas marinhos tem sido alvo de várias iniciativas, tanto nacionais como internacionais. É o caso da Estratégia Marítima da União Europeia para a área do Atlântico, da Estratégia Nacional para o Mar 2013-2020 ou do alargamento, em Portugal, da Rede Natura ao espaço marítimo. Segundo Alexandra Roeger, a biodiversidade constitui-se como um “capital natural que, ao garantir serviços fundamentais, é parte essencial na sustentação da economia do mar”.  

Apesar da consciência de preservação da biodiversidade local, o Observatório Marinho de Esposende também servirá de “apoio ao relato internacional da condição da biodiversidade nacional”, como se lê na página online do OMARE.

Texto editado por Ana Fernandes

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